A advogada e empresária Tábata Miqueletti, que conta com 139 mil seguidores em uma rede social, é acusada por ex-clientes de ser responsável por golpes digitais cujos prejuízos somam mais de R$ 3 milhões. Tábata se apresenta publicamente como especialista em recuperar valores perdidos por pessoas enganadas na internet.
As acusações foram detalhadas em reportagem da Folha de São Paulo, que ouviu sete supostas vítimas da advogada. Segundo o grupo, a orientação recebida de Tábata era para que transferissem dinheiro para a Designo, um fundo de investimentos ligado à advogada e a seu ex-marido, Rafael. Ambos negam as acusações.
Suposto prejuízo milionário
Entre os casos relatados à Folha, está o de Kátia Brito, de 56 anos. Ela afirmou ter contratado a advogada para um processo de divórcio e, durante o serviço, teria sido orientada a transferir R$ 2,7 milhões para Rafael, ex-marido de Tábata, sob a alegação de que ele depositaria o montante em um banco suíço. Kátia relata que, após realizar a transferência de suas economias, descobriu que a ação recomendada pela advogada não era necessária e que sua conta original não corria risco na partilha.
Essa conta era anterior ao meu casamento, não corria risco nenhum na partilha. Mas ela insistiu que eu mandasse para a Suíça e eu confiei cegamente nela. Perdi a economia da minha vida inteira.
Após diversas tentativas de contato, Kátia disse ter constatado que os extratos suíços apresentados por Tábata eram falsos. Ela também relatou sentir-se depressiva e enfrentar dificuldades financeiras após o ocorrido.
Ex-marido preso
Rafael Lins, ex-marido de Tábata e apontado pelas vítimas como receptor de valores, foi acusado de violência doméstica. Ele está preso há seis meses, após ter descumprido uma medida protetiva.
O advogado de Rafael negou as acusações feitas contra seu cliente e disse que ele foi “surpreendido como fim do casamento”. A defesa de Tábata Miqueletti, por sua vez, afirmou à Folha de São Paulo “não ter conhecimento” das acusações contra a influenciadora e empresária.