Na tarde desta segunda-feira, 13, no Fórum Desembargador Carlos Souto, em Sussuarana, Salvador, começou a primeira audiência de instrução da fase inicial do processo que investiga o homicídio do taxista Regivaldo dos Santos Santana, conhecido como Geni, aos 51 anos, esfaqueado no dia 11 de junho de 2024 no Itaigara. O réu, João Rodrigues Barbosa, de 60 anos, que responde ao crime em liberdade, acompanhou a sessão ao lado de familiares da vítima, testemunhas e representantes da categoria dos taxistas. A coleta de depoimentos ocorre em meio aos desdobramentos do caso, que já teve o acusado preso por 31 dias.
A viúva de Regivaldo, Cláudia Matos, disse a um veículo de notícia local que perdoa o acusado, mas entende que a Justiça precisa apurar o ocorrido. Ela relatou ter visto o réu nos corredores da audiência com tom de deboche, reforçando a expectativa de responsabilização pelo ocorrido. A família aguarda o andamento do processo e a oitiva da vítima em fases futuras; a declaração da viúva ocorreu apesar de ela não ter deposto naquele dia, pois houve ausência do advogado, e ela deverá ser ouvida em 18 de março de 2026.
O advogado de defesa, Leonardo Agrello, sustenta que João Barbosa agiu em legítima defesa e descreve a morte como uma fatalidade. Segundo ele, a faca usada no crime era de propriedade da vítima e Regivaldo teria avançado na direção do suspeito com a arma na mão, o que, na visão da defesa, caracterizaria uma resposta proporcional. Agrello também destacou que o réu é um homem idoso, cardiopata, diabético, com mais de 40 anos de atuação como taxista e ficha criminal limpa, ressaltando que houve reação a uma suposta ameaça.
Durante a audiência, o presidente da Associação Geral dos Taxistas (AGT), Denis Paim, foi ouvido como testemunha e informou que, ao chegar ao local, Regivaldo já estava morto. Ele apontou que os conflitos entre taxistas por vagas são frequentes e atribuiu parte da tensão à desorganização e à fiscalização pública insuficiente no setor.
Conforme os relatos, o crime ocorreu no ponto de táxi onde as duas partes atuavam, e há menção de uma discussão anterior, em 8 de maio, envolvendo uma vaga de táxi. O irmão da vítima, Renildo dos Santos Santana, afirmou ter tentado intervir na ocasião. Regivaldo era taxista há mais de duas décadas, era casado e deixou quatro filhos. O processo permanece na fase de instrução, com novos depoimentos marcados para março de 2026, quando a Justiça deverá decidir se o réu será levado a júri popular.
