Nesta terça-feira, 14, a Polícia Federal deflagrou a Operação Narco Bet para desarticular uma rede de lavagem de dinheiro ligada ao tráfico internacional de drogas e ao Primeiro Comando da Capital (PCC). A ofensiva cumpriu 11 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Entre os alvos estão o influenciador Buzeira, cujo nome é Bruno Alexssander Souza Silva, e o empresário Rodrigo Morgado, ambos presos durante a ação.
Foi em Igaratá, no interior de SP, que o Buzeira, de 28 anos, foi detido. Reconhecido por ostentar carros de luxo, joias, relógios caros e até helicópteros, ele acumula mais de 15 milhões de seguidores no Instagram e ficou famoso ao promover rifas, sorteios e campanhas promocionais nas redes sociais.
Em fevereiro deste ano, ele já havia sido alvo de uma operação da Polícia Civil de São Paulo, com mandados em endereços ligados a ele, em Mogi das Cruzes, por determinação da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores de São Paulo.
A PF não cita Neymar nem o envolve na investigação. Em dezembro de 2023, Buzeira participou do cruzeiro Ney em alto mar, ao lado de Neymar Jr., e viralizou ao presentear o atleta com um colar de ouro avaliado em cerca de R$ 2 milhões. A PF não envolve Neymar na apuração.
Durante o cumprimento dos mandados, a Polícia Federal apreendeu um arsenal de guerra na residência de Buzeira, com fuzis, pistolas, revólveres, carregadores, munições, rádios comunicadores e equipamentos táticos, além de acessórios de uso militar e armas de brinquedo misturadas às armas reais.
A Narco Bet é um desdobramento da Narco Vela, deflagrada em abril para combater o tráfico marítimo de drogas. A nova fase conta com o apoio da Polícia Criminal Federal da Alemanha (BKA), já que um dos investigados se encontra em território alemão. A Justiça determinou o bloqueio de bens e valores que ultrapassam R$ 630 milhões, com o objetivo de descapitalizar a organização criminosa e garantir a reparação dos danos causados pelas atividades ilícitas.
Conforme as investigações, o grupo utilizava criptomoedas, remessas internacionais e empresas de apostas eletrônicas para movimentar e ocultar recursos provenientes do tráfico de drogas, movimentando milhões de reais em transações internacionais com empresas de fachada e parceiros no exterior. As autoridades afirmam que a ação visa não apenas punir os envolvidos, mas também impedir que o crime organizado continue a usar o sistema financeiro e o mercado de apostas para lavar dinheiro.
As investigações devem seguir com diligências e novas medidas judiciais para desarticular a rede e reduzir seus fluxos financeiros.