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A Queda do Céu: filme sobre cultura Yanomami e crise ambiental estreia no Brasil

O filme 'A Queda do Céu' estreia nos cinemas brasileiros, abordando a crise ambiental e a cultura Yanomami com a voz de Davi Kopenawa.
Por Redação
A Queda do Céu: filme sobre cultura Yanomami e crise ambiental estreia no Brasil

Filme estreou ano passado no Festival de Cannes -

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O filme A Queda do Céu, que causou em Cannes, chega agora aos cinemas brasileiros após estrear no Festival de Cannes no ano passado. Os cineastas Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha trazem uma reflexão sobre a obra homônima de 2010, escrita pelo antropólogo francês Bruce Albert em parceria com o líder indígena Davi Kopenawa, cujos alertas e lições se fazem urgentes na atualidade.

A produção se destaca ao buscar um diálogo livre e não uma adaptação literal do livro, conforme observou Eryk Rocha em entrevista por videoconferência enquanto participava da COP30 em Belém do Pará. Ele explicou que o cineasta e a equipe respeitaram as vozes dos indígenas, enfatizando a importância da palavra de Davi como um chamado para a conscientização ambiental.

O filme foi uma oportunidade de fortalecer o cinema Yanomami, promovendo a formação de uma equipe mista, composta tanto por realizadores indígenas quanto não indígenas. A diretora Gabriela Carneiro da Cunha destacou a parceria com outros projetos, como os curtas Mãri Hi – A Árvore do Sonho e Thue Pihi Kuiwii – Uma Mulher Pensando, que contaram com a colaboração de profissionais da aldeia.

Em um momento intenso da produção, a equipe foi convidada por Davi Kopenawa a registrar um ritual fúnebre, o reahu, que enfatizou a conexão espiritual e comunitária do povo Yanomami. Este rito transformou-se em um elemento central do filme, refletindo a rica cultura e as tradições indígenas.

O relato dos realizadores indica que, ao realizarem as filmagens em 2021, enfrentaram desafios, especialmente ao conquistar a confiança da comunidade. Eryk Rocha ressaltou a importância de um diálogo verdadeiro e honesto com os indígenas, o que se refletiu em uma mudança dramática na narrativa do filme.

A mensagem do filme se organiza em três eixos centrais: diagnóstico, alerta e convite, alinhados com os ensinamentos do livro. A imagem do céu em queda, criada por Davi Kopenawa, serve como um alerta sobre as questões ambientais que vêm sendo ignoradas por muitos.