Um pedido inesperado marcou o início do julgamento do "núcleo 2" da trama golpista, que começou nesta terça-feira, 9, no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado Marcus Vinicius de Camargo Figueiredo, representante do general Mário Fernandes, um dos réus do processo, solicitou a participação do ministro Luiz Fux, o que gerou espanto no ambiente do tribunal.
O detalhe que chama a atenção é que Fux havia solicitado previamente a mudança do caso para a Segunda Turma do STF após o encerramento do julgamento do "núcleo 1", no qual participou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O pedido da defesa de Fernandes foi rejeitado por unanimidade pelos quatro ministros que compõem a Primeira Turma: Flávio Dino, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.
Se acatado, o pedido exigiria um adiamento da sessão, comprometendo o calendário desenhado pela Primeira Turma, que visa concluir os julgamentos relacionados à trama golpista até 2025. Contudo, o regimento interno do STF permite que as turmas funcionem sem a presença de todos os ministros.
Alexandre de Moraes, relator do caso, classificou a solicitação como “sem a mínima pertinência” e rechaçou um pedido similar feito anteriormente pela defesa de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência e réu na mesma ação. Moraes destacou que tal demanda era, além de protelatória, “absurda”, enfatizando a impossibilidade de um ministro fazer parte de duas turmas simultaneamente. “Isso é tão óbvio que causa espanto ter sido pleiteado”, afirmou Moraes.

