A exposição internacional Memória: relatos de uma outra História, que reúne obras de mulheres negras de dez países, foi inaugurada no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab) e ficará em cartaz até 1º de março de 2026. A mostra, que faz parte da Temporada França-Brasil 2025, é composta por uma variedade de técnicas artísticas, incluindo pintura, têxteis, escultura, vídeo e performances.
Com curadoria de Nadine Hounkpatin e Jamile Coelho, a exposição enfatiza a importância da memória como uma força viva que interconecta passado, presente e futuro. De acordo com Coelho, a proposta da mostra é romper com leituras fragmentadas da produção das artistas negras, apresentando-as como figuras centrais na construção de novas formas de compreensão do mundo.
“A memória é um canto que entoamos agora, mas que reverbera em outras épocas, lembrando-nos de que, em algum futuro, nós também seremos ancestrais”, disse Jamile Coelho.
A seleção de obras inclui artistas historicamente significativas, como Yedamaria e Madalena dos Santos Reinbolt, além de produções contemporâneas de Luma Nascimento e Luana Vitra, que exploram a relação entre ancestralidade e identidade. A instalação Corpo de lembrar que chão também é memória, de Luma Nascimento, destaca essa conexão por meio de materiais que evocam histórias e experiências.
A exposição apresenta cerca de 50 peças que visam reescrever memórias frequentemente silenciadas, reafirmando a presença e a importância de mulheres negras na arte e cultura brasileiras. Jamile Coelho ressalta que este espaço busca ressoar e possibilitar um diálogo entre as obras e os visitantes.
Além de abordar o impacto histórico e cultural dessas artistas, a mostra traz obras de criadoras de países como Senegal, Gana e Argélia, ampliando a discussão sobre as influências e diálogos entre a arte afrodescendente e suas raízes globais. Memória: relatos de uma outra História é uma realização do Ministério da Cultura, da Petrobras e da Embaixada da França no Brasil, em parceria com o Muncab.