Pais de crianças com autismo em Jacobina, na Bahia, denunciam a falta de suporte adequado para estudantes do espectro autista nas escolas da rede municipal. A reclamação se intensifica devido à ausência de acompanhamento especial e de profissionais capacitados nas salas de aula, especialmente no ensino infantil.
De acordo com os responsáveis, a falta de preparo dos professores e monitores para atender as necessidades específicas de comunicação e aprendizado das crianças tem prejudicado o processo de inclusão. A escola João Bello é uma das unidades que recebeu delegações mais críticas neste contexto.
A situação se tornou ainda mais preocupante após comentários da Secretária de Educação do município, Valdice Castro (PMB), em janeiro de 2025. Na época, ela classificou o autismo, o TDAH e a dislexia como “modismos”, gerando uma onda de indignação entre os pais e especialistas da área. A declaração foi vista como desrespeitosa e evidenciou um desentendimento sobre as demandas educacionais inclusivas.
Após a repercussão negativa, a Prefeitura de Jacobina e a Secretaria de Educação pediram desculpas, justificando que a fala da Secretária poderia ter sido ''mal interpretada'' e reforçando a importância de se abordar a educação inclusiva de forma responsável. No entanto, a falta de profissionais especializados e a dificuldade em conseguir vagas em escolas que oferecem o suporte necessário seguem sendo queixas constantes.
A Secretaria Municipal da Educação, em nota, alegou que intensificou esforços para fortalecer a rede de suporte, diante do aumento das solicitações por parte das famílias. A pasta informou que mantém convênios com instituições de ensino superior e está ampliando a contratação de estagiários qualificados. Além disso, foram anunciadas vagas específicas para mediadores e cuidadores no próximo processo seletivo da Educação.
As famílias que identificarem a necessidade de suporte educativo devem procurar a Secretaria para orientações sobre os procedimentos necessários.