Começa amanhã, dia 27, e segue até o dia 10 de dezembro, mais uma edição do tradicional Festival de Cinema Francês, anteriormente conhecido como Festival Varilux. A mostra apresentará 21 filmes inéditos que serão exibidos em mais de 60 cidades, oferecendo aos cinéfilos a chance de conhecer as mais recentes produções francesas, além de revisitar clássicos do cinema.
Em Salvador, na Bahia, as exibições ocorrerão no Circuito SaladeArte e no Cine Glauber Rocha, onde a consagrada atriz Isabelle Huppert fará uma participação especial na pré-estreia de seu novo filme, A Mulher Mais Rica do Mundo. Inspirada em uma história real sobre o conflito entre Liliane Bettencourt e sua filha, Françoise Bettencourt Meyers, conhecidas pela fortuna da marca L'Oréal, a trama explora tanto intrigas familiares quanto questões sobre a fragilidade da terceira idade.
“O filme é inspirado em uma história real e aborda o tema dos ultrarricos em um contexto político atual”, comentou Emmanuelle Boudier, uma das curadoras do festival. A obra, segundo ela, reflete a influência que pessoas manipuladoras podem ter sobre indivíduos ricos e poderosos, revelando a complexidade do ser humano.
O festival também prestará uma homenagem ao ator e diretor francês Pierre Richard, com uma seleção de cinco de seus filmes. Aos 90 anos, Richard será uma presença marcante no evento, trazendo sua mais nova produção como cineasta, Sonho, Logo Existo, que marca seu retorno à direção após quase 30 anos.
Sobre a curadoria, Boudier enfatizou a importância de apresentar uma vitrine diversificada do cinema francês, apresentando tanto filmes consagrados quanto novos talentos. “Nosso objetivo é garantir qualidade e diversidade, evitando clichês e refletindo a realidade contemporânea”, afirmou.
Além dos clássicos e das estreias, o festival exibirá obras que participaram do Festival de Cannes, como O Segredo da Chef e Jovens Mães, este último premiado com o prêmio de Melhor Roteiro. O evento se posiciona, ainda, como uma oportunidade de garantir que o público brasileiro tenha acesso a uma gama variada de cinemas, além dos grandes blockbusters.
Christian Boudier, co-curador do festival, destacou a importância de regulamentar a exibição de filmes nos cinemas brasileiros, visando preservar a diversidade nas salas. Para ele, a realização do festival é uma tentativa de contrabalançar a predominância de produções internacionais e garantir maior acesso ao cinema francês no Brasil.