O que era para ser uma grande festa de futebol virou palco de violência na noite da última quarta-feira, durante a final da Copa Colômbia. Em um clássico entre Atlético Nacional e Independiente Medellín, no estádio Atanasio Girardot, em Medellín, na Colômbia, a confusão entre torcedores tomou conta e deixou pelo menos 59 pessoas feridas.
Apesar de o Atlético Nacional ter levantado a taça, vencendo por 1 a 0 depois de um empate sem gols no jogo de ida, o que realmente marcou a partida foi o cenário caótico fora das quatro linhas. Imagens que circularam muito nas redes sociais mostraram a dimensão do problema: torcedores invadiram o gramado, jogaram objetos uns nos outros e, o mais grave, alguns deles estavam com facas.
Mais de 50 pessoas buscaram atendimento médico
Diante de tanta bagunça, a tropa de choque da polícia teve que entrar em campo para tentar controlar a situação. As autoridades divulgaram dados alarmantes nesta quinta-feira, 18. Segundo Manuel Villa, secretário de Segurança de Medellín, 52 pessoas precisaram de atendimento médico. Além disso, a polícia contou que sete agentes também se machucaram durante os confrontos.
Em um vídeo que foi divulgado depois, o secretário Manuel Villa explicou que estão usando imagens das câmeras de segurança para identificar os responsáveis pela violência. Se forem presos, esses suspeitos podem responder por crimes como agressão e dano ao patrimônio público.
“O que deveria ter sido uma festa terminou com arquibancadas vazias”, lamentou a División Mayor (Dimayor), a entidade que organiza o futebol colombiano, em uma publicação nas redes sociais.
A violência não poupou nem a imprensa. Emissoras de televisão contaram que jornalistas e funcionários foram agredidos. A Win Sports, que tem os direitos de transmissão do campeonato, informou em nota que precisou parar a cobertura ao vivo porque torcedores atacaram seus equipamentos.
Por conta de toda a confusão, a cerimônia de premiação não aconteceu como planejado. O Atlético Nacional recebeu o troféu em um estádio vazio, sem a presença do público, após a evacuação, como foi relatado pela imprensa local. O prefeito de Medellín, Federico Gutiérrez, também se manifestou e chamou os responsáveis pelos distúrbios de “criminosos”.
Violência é problema antigo no futebol colombiano
Infelizmente, casos de violência assim não são novidade na Colômbia. O país tem um histórico preocupante de confrontos ligados ao futebol. Investigações independentes apontam que, desde 2008, pelo menos 150 torcedores já morreram em episódios de violência, num contexto onde faltam dados oficiais claros e consolidados sobre o problema.