O governo federal intensificou as críticas à Enel São Paulo, concessionária de energia elétrica para a capital paulista e região metropolitana, após um apagão que deixou cerca de 2,2 milhões de consumidores sem luz. Quatro dias após o incidente, o Ministério de Minas e Energia (MME) divulgou uma nota severa, na qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou ‘rigor absoluto’ na fiscalização do setor elétrico, visando garantir a qualidade dos serviços prestados à população.
No comunicado, o ministério enfatizou que não haverá tolerância para ‘falhas reiteradas, interrupções prolongadas ou qualquer desrespeito à população’, principalmente em um serviço essencial como o fornecimento de energia. Além disso, o ministro do MME, Alexandre Silveira, destacou que a Enel será responsabilizada por não cumprir os índices de qualidade e obrigações contratuais estabelecidas pela regulação do setor.
Silveira advertiu que o descumprimento dessas exigências poderia resultar na perda da concessão em São Paulo, bem como na adoção de todas as medidas legais e regulatórias necessárias. Ele também anunciou a intenção de propor uma agenda com o governador Tarcísio de Freitas e o prefeito Ricardo Nunes para alinhar responsabilidades e coordenar ações que assegurem que as instituições envolvidas cumpram seus papéis durante a crise.
A postura do governo se mostra em resposta à crescente pressão sobre a Enel, que enfrenta repetidas reclamações de cidadãos e autoridades devido a constantes quedas no fornecimento de energia. O apagão recente reacendeu o debate sobre a qualidade do serviço e a urgência de ações mais decisivas por parte dos órgãos reguladores.

