No próximo sábado, 6 de dezembro, completam-se dez meses desde que os irmãos Benjamim Fonseca, de 7 anos, e Maria Valentina Fonseca, de 5, foram encontrados mortos na residência da família, localizada no bairro de Valéria, em Salvador, na Bahia. Desde a ocasião, ocorrida em 6 de fevereiro, a família enfrenta a angústia de não ter respostas sobre as causas das mortes, que levantam suspeitas de envenenamento.
A avó das crianças, Alexandra de Jesus Fonseca, expressou a dor e a frustração pela falta de informações sobre as investigações. Nos últimos meses, ela relatou que a última atualização que recebeu foi em setembro, quando foi informada sobre a demora na conclusão dos laudos periciais. "Até agora não tivemos o laudo. Já fomos na delegacia e não tinha chegado o laudo. Não me falaram nada, só que, geralmente, [resultado] o homicídio demora tanto e, nesse caso, ia demorar mais um pouco", declarou dona Alexandra, reforçando a preocupação com a lentidão do processo.
A Polícia Civil, através da 3ª Delegacia de Homicídios Baía de Todos-os-Santos (DH/BTS), confirmou que o caso permanece sob investigação e aguarda os laudos periciais para seguir com o inquérito. Em uma nota, a delegacia informou que já foram realizadas oitivas com familiares e vizinhos, e que a conclusão da perícia é essencial para esclarecer as causas da morte das crianças.
A reportagem também buscou contato com o Departamento de Polícia Técnica (DPT) a respeito da demora na entrega do laudo, mas não obteve resposta até o fechamento deste texto. Em março, a avó havia afirmado sentir-se desrespeitada pela falta de agilidade nas informações, ressaltando que o caso teve grande repercussão e questionando a atenção dada ao mesmo.
As suspeitas de envenenamento surgiram após as crianças ingerirem uma gelatina preparada pela mãe, Iasmim Conceição Fonseca, de 23 anos, que também passou mal e foi hospitalizada em estado grave, recebendo alta seis dias após os acontecimentos. O padrasto, Jean Silva da Hora, também ficou doente, mas foi liberado no mesmo dia do atendimento.
Os familiares continuam a aguardar respostas em um caso que gerou grande comoção e preocupação na comunidade do Subúrbio Ferroviário de Salvador.

