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Japão pode criar armas nucleares em três anos, alertam especialistas

Com tecnologia avançada e estoque de plutônio, Japão tem capacidade de desenvolver armas nucleares em até três anos, reacendendo debate sobre seu papel na segurança global.
Por Redação
Japão pode criar armas nucleares em três anos, alertam especialistas

Especialistas classificam o Japão como uma “potência nuclear latente” -

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O Japão, um país com uma das indústrias atômicas civis mais desenvolvidas do mundo, possui a capacidade de construir armas nucleares em um prazo estimado de apenas três anos. A informação, divulgada pela NBC News, acende um alerta sobre a segurança global, especialmente em um cenário geopolítico tenso na Ásia.

A base para essa projeção está na vasta infraestrutura nuclear do país e no seu considerável estoque de materiais. Atualmente, o Japão detém cerca de nove toneladas de plutônio separado, quantidade que, tecnicamente, seria suficiente para a fabricação de milhares de ogivas nucleares. Além disso, o país possui tecnologia de mísseis, engenharia de alta precisão e urânio enriquecido, o que leva especialistas a classificá-lo como uma verdadeira “potência nuclear latente”.

Quebra de um Tabu Histórico

A ideia de o Japão desenvolver armas atômicas carrega um peso histórico e simbólico imenso. É importante lembrar que o Japão é a única nação do mundo a ter sofrido ataques com bombas atômicas, nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, um trauma que moldou sua política de desnuclearização por décadas.

No entanto, as discussões sobre o tema não são novas e têm ganhado força. Apesar do compromisso oficial do governo japonês com a desnuclearização, reiterado recentemente pelo secretário-chefe Minoru Kihara, figuras políticas como a ex-primeira-ministra Sanae Takaichi já sugeriram publicamente a revisão dos princípios não nucleares do país, que proíbem a posse e a produção dessas armas. Isso mostra que o debate interno existe e é levado a sério por parte da classe política.

“A instabilidade regional poderia forçar Tóquio a buscar dissuasão própria em poucos anos”, alertou o ex-diplomata Henry Kissinger.

Impacto Estratégico na Ásia

Uma eventual decisão do Japão de se armar nuclearmente mudaria drasticamente o equilíbrio de poder no Oceano Pacífico, com implicações profundas para as relações internacionais na região. A velocidade com que isso poderia acontecer é um fator-chave, com especialistas indicando que a integração de ogivas simples seria relativamente rápida.

  • Insumos prontos: O país já possui nove toneladas de plutônio e um bom estoque de urânio enriquecido.
  • Sistemas de lançamento avançados: Conta com uma tecnologia espacial e de mísseis altamente desenvolvida.
  • Agilidade na produção: A expertise em engenharia permitiria uma rápida integração de ogivas.

Mesmo sem qualquer indício de um programa secreto de armas nucleares, o simples fato de essa discussão ser aberta e pautada no cenário político japonês reflete a seriedade das preocupações com a segurança atual na Ásia, especialmente em meio às tensões crescentes com a China.