O jornalismo baiano e o mundo esportivo estão de luto. Na manhã desta sexta-feira, 19, a notícia da morte de Carlos Elísio Libório, jornalista, professor e um dos nomes mais respeitados da comunicação na Bahia, pegou a todos de surpresa. Libório estava internado em uma unidade de saúde, mas a família ainda não divulgou a causa do falecimento.
Ele deixa um legado gigantesco, marcado não só por sua atuação em grandes veículos e na formação de inúmeros profissionais, mas também por ter cunhado uma das expressões mais famosas do futebol brasileiro: o “Ba-Vi”. Esse termo, que virou sinônimo do clássico entre Bahia e Vitória, mostra bem o impacto de sua criatividade e paixão pelo esporte.
Um Mestre por Trás da Notícia e da Sala de Aula
A trajetória de Carlos Elísio Libório foi um verdadeiro mapa da comunicação moderna no estado. Ele não era apenas um jornalista de destaque; era também um professor querido na Escola de Comunicação. Por lá, formou gerações de alunos que hoje brilham em redações e emissoras de rádio e TV, tanto na Bahia quanto em todo o Brasil. Sua influência na academia é inegável, moldando o caráter e a ética de muitos que seguiram seus passos.
Sua carreira profissional incluiu passagens por publicações renomadas como a revista Placar, onde deixou sua marca antes de assumir a chefia da Editora Abril, um dos maiores grupos de mídia do país. No serviço público, ele ocupou o cargo de secretário de Comunicação do governo estadual até 1983, mostrando sua versatilidade e compromisso com a informação. Mas foi na Rede Bahia que Libório consolidou grande parte de sua jornada, dedicando 25 anos como diretor do grupo, contribuindo ativamente para o desenvolvimento do jornalismo regional.
Homenagens e o Legado de Ética
Em setembro de 2023, Carlos Elísio Libório recebeu uma emocionante homenagem. Ex-alunos e colegas de profissão se reuniram para celebrar sua contribuição inestimável. Naquele dia, o apresentador Casemiro Neto fez questão de sublinhar a importância do professor na criação de uma “geração inesquecível” da televisão baiana. Neto lembrou a relevância dos ensinamentos de Libório, que sempre pautou seu trabalho pela seriedade e pelo respeito ao público.
“No jornalismo sério, apesar dos avanços tecnológicos, é preciso sempre se pautar na cartilha da ética e respeito com o público. E isso a gente aprendeu e faz! Salve, Libório pela sua representatividade!”, escreveu Casemiro Neto na época, em uma mensagem que ecoa o sentimento de muitos de seus pupilos.
Carlos Libório deixa a esposa, a também jornalista Nely Libório, e dois filhos, Leonardo e Mariana, que seguirão honrando sua memória. Até o momento, a família não informou os detalhes sobre o velório e o sepultamento do eterno criador do “Ba-Vi”. A Bahia se despede de um profissional exemplar, cujo legado transcende as páginas dos jornais e as telas da televisão, marcando a história do jornalismo e do esporte.