A Ponte Preta, time de Campinas, em São Paulo, que recentemente comemorou o título da Série C do Campeonato Brasileiro e o retorno à Série B, agora enfrenta um grande desafio fora de campo. Os jogadores do elenco anunciaram uma paralisação das atividades como forma de protesto por conta de atrasos nos pagamentos, em alguns casos, há sete meses.
Essa decisão foi oficializada pelos próprios atletas em um comunicado. Eles afirmam que só vão voltar a treinar quando todas as dívidas financeiras forem quitadas. Por causa da greve, um jogo-treino que estava marcado para o último sábado, dia 20 de dezembro de 2025, contra o Rio Branco, precisou ser cancelado.
Os motivos da paralisação
No comunicado divulgado, os jogadores detalham a grave situação. Eles contam que a maioria não recebeu as férias de 2025, nem o 13º salário de 2025. Além disso, há vários meses de salários e direitos de imagem em atraso, com alguns atletas esperando por pagamentos que deveriam ter sido feitos há sete meses. Essa situação atinge tanto quem já estava no clube em 2025 quanto os jogadores que acabaram de chegar para a temporada de 2026.
“Como é de conhecimento da imprensa e torcedores, a maioria dos atletas não recebeu as férias de 2025, 13º salário de 2025, além de diversos meses de salários e direito de imagem em atraso, que em alguns casos chegam a 7 meses sem o devido pagamento. Assim, comunicamos a diretoria da AA Ponte Preta que, a partir de 22/12/2025, suspenderemos nossas atividades, até que as verbas em atraso sejam regularizadas”, diz um trecho da nota divulgada pelos atletas.
O que diz a Lei do Esporte
Para basear a paralisação, os jogadores se apoiam na Lei Geral do Esporte. Mais precisamente, no parágrafo 5º do artigo 90, que dá ao atleta profissional o direito de recusar-se a trabalhar ou competir se os salários estiverem atrasados por dois meses ou mais. É justamente essa regra que os atletas da Ponte Preta estão usando para justificar a suspensão das atividades a partir do dia 22 de dezembro de 2025.
Essa parte da lei é clara em proteger os jogadores em situações de inadimplência, garantindo que eles não sejam obrigados a atuar enquanto seus direitos financeiros não são respeitados.
A resposta do clube e os próximos passos
A diretoria da Ponte Preta se manifestou sobre o assunto. O clube informou que o dinheiro que estava previsto para pagar parte das dívidas na última sexta-feira não foi liberado por “motivos que o clube não controlava”. Diante disso, a diretoria estabeleceu um novo prazo para tentar quitar uma parte dos pagamentos atrasados, prometendo regularizar os valores entre a próxima segunda e terça-feira, nos dias 22 e 23 de dezembro.
É importante destacar que esse novo prazo não garante o pagamento da totalidade dos salários e direitos em atraso, mas sim uma parte do que é devido. A expectativa agora é para saber se o clube conseguirá cumprir a nova promessa e se os jogadores aceitarão retomar as atividades após esse pagamento parcial.

