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Universidade de Mahidol na Tailândia descobre tipo sanguíneo ultrarraro B(A)

Pesquisadores da Universidade de Mahidol, na Tailândia, descobrem tipo sanguíneo B(A), uma anomalia com apenas três casos identificados em estudo.
Por Redação
Universidade de Mahidol na Tailândia descobre tipo sanguíneo ultrarraro B(A)

Estudo encontra novo tipo sanguíneo ultrarraro -

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Pesquisadores da Universidade de Mahidol, na Tailândia, descobriram um tipo de sangue ultrarraro durante uma análise de mais de meio milhão de amostras. A variação do fenótipo B(A) foi encontrada apenas em três casos, em um estudo que buscava entender as incompatibilidades nas tipagens do sistema ABO.

As incompatibilidades de tipagem sanguínea ocorrem quando os testes das hemácias e do soro apresentam resultados conflitantes, algo que pode ser crítico durante transfusões. Essa rara condição surtiu sobre a pesquisa no Hospital Siriraj, que examinou 285.450 amostras de doadores e 258.780 de pacientes. A equipe liderada pela hematologista Janejira Kittivorapart detectou apenas 396 amostras de pacientes com discrepâncias nos resultados.

Após a exclusão de casos que poderiam ser explicados por transplantes de células-tronco, restou apenas 198 amostras com diferenças genuínas, das quais somente uma apresentou o fenótipo B(A). Nos doadores, a taxa de discrepância foi de 0,03%, com apenas duas pessoas tendo essa mesma variação sanguínea.

O fenótipo B(A) é uma anomalia rara no sistema ABO. Embora o sangue seja classificado como tipo B, mutações específicas fazem com que a enzima que adiciona antígenos às hemácias funcione de forma semelhante à do tipo A, mas em níveis reduzidos. Nos casos identificados, os cientistas encontraram quatro mutações inéditas no gene ABO, que dificultam a detecção da presença do antígeno A em exames tradicionais.

A pesquisa ressalta a complexidade do sistema sanguíneo humano, que vai além das oito classificações comuns (A, B, AB e O, positivas ou negativas). O reconhecimento dessas variações raras é essencial para prevenir incompatibilidades em transfusões de sangue e para lidar com situações clínicas complexas.

Conforme os autores da pesquisa, há uma necessidade contínua de estudo para compreender como as novas mutações afetam a função da enzima envolvida no sistema ABO.