A temporada de 2025 chegou ao fim e, para o Esporte Clube Vitória, deixou muito mais do que a simples alegria de permanecer na Série A do Campeonato Brasileiro. Após a euforia no apito final do jogo decisivo contra o São Paulo, a torcida rubro-negra e a diretoria começam a olhar para 2026 com uma pergunta na cabeça: o que fazer para que a próxima temporada seja realmente diferente?
O ano de 2025 serviu como um verdadeiro teste de fogo para o Leão, tanto dentro quanto fora de campo, revelando pontos fortes e, principalmente, fraquezas que precisam ser corrigidas com urgência. As lições aprendidas agora são a chave para construir um futuro mais sólido.
O planejamento esportivo precisa de um novo olhar
Uma das grandes mensagens que 2025 trouxe foi sobre a montagem do elenco. O Vitória percebeu que ter um time competitivo vai muito além de contratar nomes famosos ou fazer apostas de grande impacto. A temporada mostrou que o mais importante é ter um planejamento criterioso, que encaixe com o estilo de jogo que o clube quer adotar e, claro, com a realidade financeira. A falta de equilíbrio em alguns setores do time e a necessidade de fazer muitas correções ao longo do ano foram um alerta claro: não basta empilhar jogadores, é preciso montar um quebra-cabeça com lógica.
Coragem para mudar: gestão de elenco e comando técnico
Outra lição importante veio da gestão de elenco e da forma como o clube lidou com o comando técnico. Em 2025, o Vitória demorou a reconhecer que alguns trabalhos já estavam esgotados. A diretoria insistiu na continuidade de Thiago Carpini por um tempo excessivo, mesmo quando o projeto não mostrava mais evolução. Depois, a aposta em Carille também não trouxe o desempenho esperado.
O que ficou claro é que projetos no futebol precisam de tempo para amadurecer, sim, mas também exigem que os dirigentes tenham sensibilidade e, principalmente, coragem para encerrá-los quando os resultados e o rendimento não aparecem. Faltou, em momentos cruciais, a maturidade para assumir o comando e mudar o rumo antes que o prejuízo esportivo fosse ainda maior.
Investir na base: a chave para identidade e economia
A temporada de 2025 também mostrou o quanto faz falta uma base forte e competitiva. Investir nos jogadores formados no próprio clube, dar oportunidades para eles jogarem e confiar no talento da casa não é apenas uma forma de economizar dinheiro. É uma estratégia inteligente para criar uma identidade para o time e fortalecer a conexão com a torcida. Quando os meninos da base vestem a camisa, o torcedor sente uma ligação ainda maior.
Barradão: o 12º jogador que exige entrega
E por falar em torcida, o ano de 2025 reforçou, mais uma vez, o papel fundamental do Barradão, em Salvador, na Bahia, como um verdadeiro fator decisivo. Mesmo nos momentos mais difíceis, o apoio apaixonado do torcedor sempre foi um diferencial, empurrando o time para frente. No entanto, o ano também deixou uma mensagem: para que essa força das arquibancadas se transforme em resultados, o time precisa ter regularidade, mostrar muita entrega e representar em campo a intensidade que vem de fora.
Responsabilidade institucional: a confiança do torcedor
Por fim, 2025 ensinou sobre a importância da responsabilidade institucional. Ficou evidente que uma comunicação clara, decisões transparentes e a coerência entre o que se fala e o que se faz são essenciais para manter a confiança do torcedor e o bom ambiente dentro do clube. Em um time do tamanho do Vitória, cada escolha da diretoria tem um impacto direto, tanto dentro quanto fora das quatro linhas.
O balanço de 2025 pode até gerar diferentes opiniões, mas as lições que o ano deixou são inegáveis. Agora, cabe ao Esporte Clube Vitória aprender com o que não deu certo, valorizar o que funcionou e transformar toda essa experiência em crescimento. Afinal, no futebol, quem não tira lições do passado corre o sério risco de repetir os mesmos erros.

