Dirigentes e líderes de partidos do centrão avaliam a possibilidade de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) desistir de sua candidatura à presidência da República em 2026. O sinal de alerta foi aceso após Flávio anunciar na sexta-feira, 5, que seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o escolheu como sucessor nas próximas eleições.
Esse anúncio gerou reações céticas entre os políticos, que veem a declaração como uma estratégia para manter a relevância do clã bolsonarista e mobilizar a militância, especialmente considerando que Jair Bolsonaro está cumprindo pena em regime fechado e é inelegível desde 2023. Parte dos políticos acredita que Flávio não deve manter sua candidatura até o fim, já que seu mandato como senador termina em 2026.
Além disso, a escolha feita com mais de seis meses de antecedência do registro de candidaturas poderia expor Flávio a ataques de adversários, conforme publicado pela Folha de S. Paulo.
Mesmo após o anúncio, o centrão ainda demonstra preferência por Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato à Presidência. Para os membros desse grupo político, o governador de São Paulo tem mais chances de vitória na disputa pelo Palácio do Planalto.
A avaliação é que uma eventual candidatura de Tarcísio poderia unir o PL, PP, Republicanos, União Brasil e PSD na corrida contra a reeleição de Lula (PT), enquanto Flávio não consegue uma articulação semelhante.
Caso Flávio decida concorrer, o centrão prevê uma pulverização de candidatos na direita, incluindo outros governadores como Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR). Aliados de Tarcísio afirmam que ele resiste a entrar na disputa, temendo a competitividade de Lula e as discordâncias dentro do grupo bolsonarista, especialmente no clã do ex-presidente.

