Política

China e Rússia criticam EUA e defendem Venezuela em reunião da ONU

Em reunião da ONU, China e Rússia criticaram duramente os EUA por bloqueio naval e ameaças à Venezuela, chamando as ações de violação do direito internacional.
Por Redação
China e Rússia criticam EUA e defendem Venezuela em reunião da ONU

Vladimir Putin, presidente da Rússia, aperta a mão de Xi Jinping, presidente da China -

Compartilhe:

A tensão global aumentou nesta terça-feira, 23, durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). China e Rússia subiram o tom e apontaram o dedo para os Estados Unidos, criticando duramente a escalada de confrontos com a Venezuela.

O encontro foi pedido pela própria Venezuela, depois que o governo do então presidente Donald Trump anunciou um bloqueio naval e ameaçou usar a força militar contra o país sul-americano. Para China e Rússia, essas ações dos EUA não passam de uma clara violação do direito internacional.

Aumento da pressão americana e as reações

As operações militares dos Estados Unidos na costa da Venezuela têm crescido bastante, representando o maior envio de tropas norte-americanas para o Caribe em décadas. Quem alertou para essa situação foi o subsecretário-geral da ONU, Khaled Khiari, logo no início da sessão.

Os Estados Unidos afirmam que o objetivo dessas operações é combater o tráfico de drogas na região, mas o governo venezuelano nega essa versão. Já o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, argumenta que a pressão militar dos EUA serve para desestabilizar o país, tirar o governo do poder e, de quebra, garantir acesso às enormes reservas de petróleo venezuelanas, que são as maiores do mundo.

Para piorar, nas últimas semanas, os Estados Unidos interceptaram pelo menos três navios-petroleiros ligados à Venezuela. O motivo, segundo Trump, é impor um “bloqueio total” a embarcações que estão sob sanções. O ex-presidente americano chegou a dizer que manteria em seu poder os 1,9 milhão de barris de petróleo apreendidos de um desses navios na costa da Venezuela.

China e Rússia se manifestam na ONU

Na reunião, o representante alternativo da China, Geng Shuang, deixou claro que seu país se opõe “firmemente a todos os atos de unilateralismo e intimidação” praticados pelos Estados Unidos.

“Todos os países devem defender sua dignidade soberana. Somos contra qualquer medida que viole os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas”, completou Shuang.

Já o embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, não poupou críticas. Ele descreveu o bloqueio imposto à costa da Venezuela como “um claro ato de agressão”.

“Os atos praticados pelos Estados Unidos contrariam todas as normas fundamentais do direito internacional, incluindo a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar”, afirmou Nebenzya.

O representante russo foi além, dizendo que o governo norte-americano é responsável pelas “consequências catastróficas” para o povo venezuelano. Nebenzya ainda usou uma expressão forte para descrever a postura dos EUA: um comportamento “de caubói”.