A capital federal, Brasília, é palco de importantes depoimentos nesta semana, envolvendo uma investigação sobre uma suposta fraude bilionária. Daniel Vorcaro, o proprietário do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), estão prestando esclarecimentos na sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
Os dois são peças-chave em um inquérito que apura um desvio estimado em R$ 12 bilhões. Além deles, o diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil, Ailton de Aquino Santos, também será ouvido no mesmo processo de acareação, ou seja, de confrontação de versões.
Entenda a investigação e o veto do Banco Central
A investigação, que começou em 2024 na Justiça Federal, é acompanhada de perto por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli, relator do caso no STF, e por um representante do Ministério Público. A apuração da Polícia Federal levanta a suspeita de que o Banco Master não teria recursos suficientes para honrar seus títulos com vencimento programado para 2025.
Um dos pontos mais polêmicos do caso é a negociação para a venda do Banco Master ao BRB. Paulo Henrique Costa, que comandava o banco público do Distrito Federal na época, defendia abertamente a compra do Banco Master. Ele via essa aquisição como uma solução para a crise que o BRB enfrentava. No entanto, Costa foi demitido do cargo após o surgimento de investigações da Polícia Federal sobre fraudes bancárias.
“A apuração aponta que o banco adquiriu créditos de uma empresa chamada Tirreno sem efetuar pagamento e, em seguida, vendeu esses ativos ao BRB, que teria desembolsado cerca de R$ 12 bilhões.”
A operação de venda do Master para o BRB foi barrada pela Diretoria de Organização do Sistema Financeiro do Banco Central, liderada por Renato Gomes. A decisão final, que aprovou a liquidação da operação por unanimidade, partiu da diretoria colegiada do Banco Central, impedindo que a transação bilionária fosse adiante.
O que acontece agora?
Depois dos depoimentos dos envolvidos, a delegada responsável pelo caso fará uma análise criteriosa para verificar se há grandes diferenças entre as versões apresentadas. Se ela julgar necessário, poderá determinar que Daniel Vorcaro, Paulo Henrique Costa e Ailton de Aquino Santos participem de uma acareação, colocando-os frente a frente para esclarecer os pontos divergentes. Este é um passo crucial para o avanço das investigações sobre a alegada fraude que movimenta bilhões e envolve instituições financeiras importantes.

