Um estudo divulgado na revista The BMJ revelou que a limitação do consumo de açúcar durante a gestação e nos primeiros mil dias de vida pode ter um impacto significativo na saúde cardiovascular ao longo da vida. Pesquisadores analisaram dados de aproximadamente 63 mil britânicos nascidos na década de 1950 e descobriram que crianças que cresceram sem acesso ao açúcar apresentam menor risco de desenvolver doenças como ataques cardíacos (-25%), insuficiência cardíaca (-26%), arritmias (-24%) e AVC (-31%) na idade adulta.
A pesquisa correlaciona-se com o racionamento de açúcar imposto pelo governo britânico entre 1942 e 1953, durante a Segunda Guerra Mundial. Ao comparar a saúde cardiovascular de indivíduos que cresceram sob as restrições alimentares com aqueles que tiveram acesso livre ao açúcar, os cientistas observaram diferenças significativas ao longo das décadas.
O açúcar, quando consumido precocemente, está associado a uma série de doenças, incluindo diabetes e obesidade. O estudo aponta que os primeiros mil dias da vida são cruciais para o desenvolvimento dos órgãos e a formação de sistemas biológicos. Sem a ingestão de açúcar nesse período, o organismo tende a estabelecer bases metabólicas mais saudáveis.
As diretrizes internacionais já recomendam a restrição do açúcar na gestação e na infância, e as novas evidências fortalecem a importância desses cuidados visando a prevenção de doenças crônicas e a preservação da saúde cardiovascular desde a infância. Os pesquisadores sugerem que mais estudos sejam realizados para examinar dietas individualizadas e a relação entre genética, ambiente e estilo de vida, com foco em estratégias personalizadas para a saúde do coração.

