Estudos recentes, incluindo uma pesquisa da KnownHost, revelam que a produção de carbono cresce com o avanço dos modelos generativos de IA, resultando em mais de 260.930 quilos de dióxido de carbono gerados mensalmente pelos serviços de Inteligência Artificial. Essa quantidade é comparável a 260 voos entre Nova Iorque e Londres e decorre do intenso processamento necessário para alimentar esses modelos com grandes volumes de dados.
O funcionamento simultâneo de supercomputadores equipados com milhares de GPUs, que podem operar por longos períodos, consome uma quantidade significativa de eletricidade. A Agência Internacional de Energia (IEA) alerta que o gasto energético de data centers, especialmente os que suportam setores como IA e criptomoedas, pode dobrar globalmente até 2026. Em 2022, esses centros consumiram entre 1% e 1,3% da energia do planeta, porcentaje que saltou para 4,4% em 2023, com expectativas de triplicar até 2028.
A ferramenta ChatGPT, com mais de 164 milhões de usuários mensais, é apontada como uma das maiores responsáveis por essa emissão, apesar de apresentar uma média de produção de CO₂ de 1,59g por visualização, um índice inferior a outras ferramentas analisadas. A magnitude do impacto ambiental, no entanto, é cumulativa, dada a vasta base de usuários que interagem com o sistema.
Além da eletricidade, o uso de água para resfriamento dos servidores tem se tornado uma preocupação crescente. Para cada quilowatt-hora de energia consumida, são necessários cerca de dois litros de água em média, o que afeta diretamente o abastecimento e os ecossistemas locais. As grandes empresas de tecnologia prometeram reduzir suas emissões de carbono a zero até 2030, mas ainda há incertezas sobre a efetividade desses compromissos.

