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Instabilidade na Cloudflare causa apagão de serviços essenciais de nuvem

Uma instabilidade na Cloudflare provocou apagão de serviços essenciais, incluindo ChatGPT e Twitter, nesta terça-feira (18).
Por Redação
Instabilidade na Cloudflare causa apagão de serviços essenciais de nuvem

Falha na Cloudfare: relembre outros apagões que paralisaram o mundo — Foto: Gisele Barros/TechTudo

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Uma instabilidade no serviço de distribuição de conteúdo em nuvem Cloudflare na manhã desta terça-feira (18) provocou a interrupção de vários serviços, incluindo a rede social X (antigo Twitter) e o chatbot ChatGPT. O apagão acontece apenas algumas semanas após uma falha global no Microsoft Azure e uma pane crítica na Amazon Web Services (AWS), levantando preocupações sobre a excessiva dependência da infraestrutura da web em poucos provedores.

Em julho de 2024, um incidente marcante ocorreu na CrowdStrike, onde uma falha em um sistema de segurança resultou em uma paralisação global. Um erro na atualização de software da ferramenta Falcon fez com que arquivos essenciais fossem erroneamente classificados como maliciosos, levando a problemas como cancelamentos de voos, caixas eletrônicos inoperantes e interrupções em hospitais. O processo de correção exigiu que as empresas removesse manualmente o patch defeituoso, o que se mostrou demorado e custoso.

No dia 20 de outubro, a AWS enfrentou uma pane que impactou mais de 500 serviços online mundialmente, decorrente de um erro de configuração em um de seus data centers na Virgínia do Norte. Como resultado, usuários não puderam acessar plataformas populares, como Amazon Prime Video e Trello, mostrando a fragilidade da infraestrutura centralizada.

Seguindo a sequência de incidentes, em 29 de outubro, o Microsoft Azure também sofreu um apagão que afetou serviços corporativos fundamentais. Com origem em uma falha de DNS, o problema causou interrupções significativas, especialmente em aplicativos do Microsoft 365, tornando evidente a fragilidade do sistema de nuvem.

Especialistas apontam que a recorrência desses apagões deve-se à centralização do mercado nas mãos de poucos provedores que dominam serviços essenciais como CDN, DNS e roteamento global. Eduardo Freire, CEO da FWK Innovation Design, destaca que mudanças em um desses gigantes podem criar falhas em larga escala. Lucas Ruiz Balconi, doutor em Direito, complementa afirmando que a concentração do tráfego na internet por um número limitado de empresas signifca um risco acentuado, comparando a situação a um 'funil muito estreito'.

As empresas utilizam serviços de nuvem pela segurança e redução de custos, mas para mitigar os riscos, uma opção sugerida é a estratégia multi-cloud, que minimiza a dependência de um único provedor e distribui dados entre diferentes plataformas. Embora essa abordagem demande investimento maior e maior complexidade na gestão, os especialistas alertam que se faz necessário repensar a estrutura atual para garantir a continuidade dos serviços essenciais e a soberania dos dados.