A atriz francesa Isabelle Huppert afirmou, durante coletiva de imprensa no Festival de Cinema Francês em Salvador, na Bahia, que "adoraria fazer um filme com diretores brasileiros". A declaração ocorreu enquanto Huppert apresentava seu mais recente trabalho, A Mulher Mais Rica do Mundo, no Cine Glauber Rocha.
Ao abordar as dificuldades enfrentadas por novos talentos no cinema, Huppert declarou não se considerar uma artista no sentido tradicional. "Eu tenho um problema com a palavra artista. Eu não me considero uma artista. Eu não sei porque. Talvez esteja errada, mas essa palavra, para mim, sempre tem uma significação do século XIX", explicou a atriz, ressaltando a importância da curiosidade e da perseverança na carreira cinematográfica.
Sobre o atual panorama do cinema brasileiro, Isabelle Huppert mencionou o reconhecimento internacional de diretores como Kleber Mendonça Filho e Walter Salles, elogiando suas obras e expressando expectativa por suas futuras produções. Ela também citou A Vida Invisível, de Karim Aïnouz, como uma experiência marcante, destacando o impacto que o filme teve no público francês.
Isabelle Huppert, com uma carreira que abrange quase 160 produções desde 1971, relembrou experiências intensas com diretores aclamados como Michael Haneke e Paul Verhoeven, refletindo sobre o efeito emocional de seus papéis mais desafiadores. Em relação a sua vinda a Salvador, a atriz expressou curiosidade sobre a cidade, animada pela possibilidade de novos projetos com cineastas locais.
"Eu sempre amei viajar e ir ao encontro de diretores que vinham de outros países. Isso conta aspectos diferentes de mim e das histórias que eles contam", finalizou. O interesse de Huppert em colaborar com membros do cinema brasileiro pode abrir portas para trocas culturais significativas no futuro.