No último fim de semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) alegou ter experienciado uma crise de "paranoia" durante a noite de sexta-feira, 21, para sábado, 22, o que o levou a tentar romper a tornozeleira eletrônica que usa desde agosto. Em audiência de custódia conduzida pela juíza Luciana Sorrentino, Bolsonaro afirmou que os medicamentos prescritos por diferentes médicos estavam interagindo de forma inadequada em seu organismo, afetando seu sono e contribuindo para o seu estado mental.
De acordo com a ata da audiência, o ex-presidente revelou que a paranoia foi influenciada pelos remédios que estava tomando e que, como resultado, ele tentaria romper o dispositivo de monitoramento. "[...] uma certa paranoia de sexta para sábado em razão de medicamentos que tem tomado receitados por médicos diferentes e que interagiam de forma inadequada; que tem sono picado e não dorme direito", diz o documento.
No relato de como tentou danificar a tornozeleira, Bolsonaro confessou que utilizou um ferro de soldar, mencionando que possuía conhecimento para manusear tal equipamento e que a ferramenta estava em sua residência. Ele negou que alguém tenha lhe ajudado e afirmou que a tentativa ocorreu sem testemunhas. Além disso, o ex-presidente declarou ter rompido o equipamento anteriormente em uma situação em que precisou realizar uma tomografia.
A juíza Luciana Sorrentino decidiu, ao final da audiência, manter a prisão preventiva de Jair Bolsonaro, que durou cerca de 40 minutos. Durante o depoimento, além de mencionar o "surto" causado pelos medicamentos, Bolsonaro negou qualquer intenção de fuga e indicou que havia começado a tomar um dos medicamentos aproximadamente quatro dias antes dos eventos que culminaram em sua prisão.

