A indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal (STF) suscitou diferentes análises entre oposicionistas, que enxergam o novo nome do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como um "Messias evangélico" mais alinhado a pautas progressistas. Segundo informantes, apesar de sua identidade religiosa, Messias é considerado uma figura de confiança do presidente, o que pode influenciar suas decisões na Corte.
Messias, que atuou como Advogado-Geral da União (AGU) e possui uma trajetória nos governos petistas, é visto como uma escolha estratégica pelo seu vínculo político com Lula. Essa lealdade, ressaltam analistas, tende a impulsionar um alinhamento com as políticas governamentais, superando possíveis inclinações conservadoras decorrentes de sua fé.
Com um currículo técnico robusto e um doutorado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília (UnB), Messias é reconhecido por sua experiência na defesa de políticas públicas e na administração federal. Essa formação sugere uma propensão a apoiar decisões em favor de pautas desenvolvimentistas no STF.
Apesar de ser evangélico e pertencente à Igreja Batista, oposicionistas avaliam que sua atuação será guiada por um rigor jurídico e uma prudência política que podem mitigar a influência de sua identidade religiosa nas deliberações controversas. Messias é descrito por alguns como um "evangélico de esquerda" ou um "social-democrata assumidamente religioso".
Com apenas 45 anos, o indicado tem potencial para permanecer no STF até 2055, estabelecendo uma longa influência nas decisões da Corte. Sua escolha parece equilibrar a qualificação técnica com a confiança política, sendo percebido como um nome que não necessariamente adere a uma pauta conservadora.
Para assumir oficialmente o cargo, Messias deverá passar por um processo de aprovação no Senado Federal, que inclui uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e uma votação no Plenário, onde precisará obter a maioria absoluta dos votos.

