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T.I.E Ngnima Sarr apresenta projeto sobre a diáspora negra na Bahia

T.I.E Ngnima Sarr apresenta na Bahia projeto que questiona a diáspora negra através do útero, reimaginando narrativas sobre ancestralidade.
Por Redação
T.I.E Ngnima Sarr apresenta projeto sobre a diáspora negra na Bahia

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A artista senegalesa T.I.E Ngnima Sarr apresenta na Bahia, em uma instalação-performance, a reflexão proposta por seu projeto "Odisseia no Útero", que questiona: e se o povo negro não tivesse vindo em navios negreiros, mas em úteros? O trabalho é parte da programação do projeto "Eu Sou Um Oceano Negro" e busca reimaginar a diáspora negra sob um viés de regeneração, afetividade e feminilidade.

T.I.E, que vive na França, baseia seu trabalho no conceito de Atlântico Negro, enfatizando as trocas culturais entre as negritudes e a experiência das mulheres. Ao se instalar na Bahia, a artista mergulhou em saberes afro-atlânticos, envolvendo-se com grupos de mulheres que sustentam tradições ancestrais que são transmitidas através da oralidade e de práticas sagradas.

Sua instalação-performance, que será exibida na Casa do Benin a partir desta sexta-feira, 7, foi desenvolvida em colaboração com a fotógrafa franco-senegalesa Delphine Diallo. Ambas acreditam que a arte precisa carregar uma profundidade que reverbera a espiritualidade e a resistência contra estruturas opressoras.

As artistas propõem que o oceano simboliza uma ponte entre as culturas, e não uma fronteira, instigando reflexões sobre a memória e ancestralidade. Para elas, as experiências compartilhadas entre Bahia, Senegal e França contribuem para uma narrativa que atravessa o tempo, revelando a importância do feminino na transformação do mundo através da arte.

Com uma abordagem que mistura performance, música e experimentação sonora, T.I.E busca evidenciar o papel do útero como espaço de reconstrução e renovação das histórias afro-descendentes. O trabalho promete ser uma jornada intensa de reconexão e ativação da memória coletiva.