Ilhéus, na Bahia, atrai turistas interessados em reviver o imaginário do renomado escritor Jorge Amado, cujas obras são reconhecidas internacionalmente. O autor, que deixou um legado literário vasto, com mais de 40 livros traduzidos em cerca de 80 países, tem suas narrativas ambientadas na cidade servindo como um grande atrativo para visitantes de diversas partes do mundo.
Entre os locais mais emblemáticos relacionados a Jorge Amado, o histórico Bar e Restaurante Vesúvio, conhecido como Bar de Nacib na obra "Gabriela, Cravo e Canela" (1958), se destaca como parada obrigatória. Os turistas desfrutam da culinária local, incluindo os famosos quibes, e tiram fotos ao lado da estátua do escritor instalada na frente do estabelecimento, que preserva a estética do século passado.
Outro espaço icônico é o Cabaret Bataclan, um famoso bordel retratado em várias de suas obras, agora transformado em Centro Cultural Bataclan, que abriga um restaurante e um pequeno museu do cacau. Este local se tornou um símbolo da vida boêmia da época e é referência para o contexto político das narrativas amadianas.
A Casa de Cultura Jorge Amado, onde o escritor passou parte de sua infância, também é ponto de interesse. Transformada em museu, a casa reúne objetos pessoais e exposições que narram a vida do autor de clássicos como "O País do Carnaval" (1935) e "Dona Flor e Seus Dois Maridos". A cidade ainda abriga a Catedral de São Sebastião e a Igreja Matriz de São Jorge, ambas mencionadas nas obras de Amado.
O antigo porto e as ruas comerciais, cercadas por casarões históricos, proporcionam aos turistas uma verdadeira viagem ao tempo, resgatando a Ilhéus da década de 1920, cenário frequente nas novelas do autor. Esses e outros espaços, que inspiraram Jorge Amado, são considerados locais de "peregrinação literária". Guias turísticos ressaltam que a mistura entre ficção e realidade é uma característica marcante nas visitas relacionadas ao autor.
Os turistas, muitos dos quais buscam a atmosfera vivida nas obras, relatam experiências curiosas. Um dos guias mencionou que alguns visitantes se surpreendem com a realidade em relação às narrativas literárias, como o caso de um turista que quase foi detido ao tentar levar pedaços da parede do Vesúvio como lembrança. Uma turista gaúcha causou alvoroço ao subir ao palco do Centro Cultural Bataclan para garantir um "certificado de quenga", uma interação divertida com a cultura local.
A atmosfera única de Ilhéus e as histórias que permeiam os pontos turísticos que marcaram a obra de Jorge Amado tornam as visitas à cidade verdadeiramente inesquecíveis, transcendendo o simples turismo e proporcionando um mergulho profundo na literatura e na história local.