Política

Bahia: Programa de alfabetização une estado e 417 municípios

Todos os 417 municípios da Bahia aderem ao programa Bahia Alfabetizada em 2025, uma parceria entre estado e cidades para alfabetizar crianças e combater o analfabetismo.
Por Redação
Bahia: Programa de alfabetização une estado e 417 municípios

Aratuípe ficou entre os municípios que, em 2024, atingiram a meta de alfabetizar as crianças na idade prevista pelo Ministério da Educação ( MEC) -

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O estado da Bahia deu um passo gigante na educação em 2025. Todos os 417 municípios baianos se uniram ao Programa Bahia Alfabetizada, um grande pacto entre o governo estadual e as cidades. O objetivo é claro: garantir que todas as crianças, entre 6 e 7 anos, aprendam a ler e escrever na idade certa, além de fortalecer a luta contra o analfabetismo em todo o território.

Lançado em agosto de 2025, com base na Lei nº 25.668/2025, o programa não parou. Desde então, promoveu diversos encontros que reuniram prefeitos, secretários municipais e os profissionais da educação, criando uma grande rede de colaboração em prol do ensino.

Ações que transformam a educação

Uma das primeiras e mais visíveis ações foi a entrega de mais de 350 mil livros. Esses materiais, que representam um investimento de cerca de R$ 6 milhões, são ferramentas essenciais para ajudar as crianças a dar os primeiros passos no mundo das letras.

Mas não são só os livros que chegaram. O programa também investiu pesado na capacitação de formadores regionais e municipais. Eles, por sua vez, preparam os educadores que estão na linha de frente, garantindo que usem as melhores e mais eficazes formas de ensinar a ler e escrever. Essas formações continuadas acontecem mensalmente nas redes municipais de ensino.

Além disso, o programa se preocupa em oferecer materiais didáticos específicos para os anos de alfabetização e criou o Comitê de Monitoramento e Avaliação. Este comitê não só acompanha a execução das ações, mas também busca envolver a sociedade civil para garantir que tudo funcione bem e os resultados sejam alcançados.

Para além da sala de aula, feiras e festas literárias têm ganhado as ruas em várias cidades do interior baiano. Esses eventos são importantes para incentivar a leitura e fortalecer a educação das crianças, juntando estudantes, educadores, escritores e artistas em um só lugar.

O que dizem os educadores e a comunidade

Anderson Passos dos Santos, Secretário Municipal de Educação de Aratuípe, na Bahia, uma cidade no Baixo Sul do estado, reforça a importância dessa união.

"A parceria entre Estado e Município na alfabetização das crianças é estratégica, decisiva e absolutamente estruturante para garantir o direito de aprender na idade certa e falo isso a partir do meu lugar de secretário municipal de educação, vivendo diariamente a realidade das redes, das escolas e das nossas crianças", disse ele.

Aratuípe é um exemplo de sucesso. Em 2024, a cidade alcançou a meta de alfabetizar as crianças na idade que o Ministério da Educação (MEC) recomenda. O secretário completa:

"Quando Estado e Município caminham juntos, criamos condições para que a aprendizagem seja protegida e permaneça como prioridade".

Cecília Santana, que coordena o programa e cuida das capacitações em Aratuípe, conta como o trabalho acontece:

"Realizamos as formações continuadas na rede municipal de ensino, elas acontecem mensalmente. Constituímos uma equipe com os próprios professores e criamos um plano formacional específico para cada segmento. Continuaremos firmes no propósito de uma educação transformadora, igualitária e promissora."

Ela ainda destaca que o regime de colaboração é fundamental para a melhoria da qualidade da educação, a garantia da alfabetização até o 2º ano do Ensino Fundamental, e também oferece apoio à Educação de Jovens e Adultos (EJA).

A professora Maria da Conceição Dantas, que leciona no 1º ano do Ensino Fundamental em Aratuípe e participou das formações em 2025, vê os resultados na prática.

"As formações são de fato de suma importância, pois os temas trabalhados são de acordo com o que vivenciamos em sala de aula e as trocas de experiências entre os colegas são eficazes para aprimorarmos nossas atividades, tanto práticas como teóricas. Alfabetizar é gratificante, principalmente quando contemplamos a evolução, a conquista e a descoberta dos nossos alunos", compartilha.

O diretor da União dos Municípios da Bahia, Wilson Cardoso, mostra otimismo com a colaboração.

"Estamos de mãos dadas, Governo do Estado, prefeitos e prefeitas, para melhorar os índices da alfabetização no estado", afirmou.

Em Amargosa, na Bahia, os estudantes também se beneficiam. Selidalva Gonçalves, Secretária da Educação da cidade, no Vale do Jiquiriçá, avalia que o "Bahia Alfabetizada" se tornou uma parceria fundamental.

"O Programa Bahia Alfabetizada se confirma como uma parceria estratégica por garantir aos municípios o suporte técnico-pedagógico necessários à qualificação e consolidação da alfabetização na idade apropriada", explicou.

A visão dos pais também é importante. Geisa Lisboa, mãe de Ester Lisboa Pereira da Silva, de 7 anos, que terminou o 1º ano em 2025 na Escola Municipal General Labatut, em Salvador, na Bahia, fala sobre os benefícios.

"Tem sido muito gratificante acompanhar o desenvolvimento dela no momento correto de alfabetização, sem pressão, porque ela consegue se desenvolver no tempo certo", disse Geisa.

Metas e o futuro da alfabetização

O Ministério da Educação (MEC) já comprovou que combinar a formação de professores com sistemas de monitoramento traz os melhores resultados na alfabetização. Com essa união de esforços entre estado e municípios na Bahia, a expectativa é que os números positivos cresçam ainda mais.

O Brasil tem uma meta ambiciosa: alfabetizar 80% das crianças até 2030, um compromisso estabelecido no Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. A Bahia, com seu programa, mostra que está no caminho certo para contribuir significativamente com esse objetivo, construindo um futuro mais promissor para suas crianças e jovens.