A educação pública na Bahia está passando por uma grande transformação, com foco no ensino integral que oferece muito mais do que salas de aula. O Governo do Estado tem investido pesado na ampliação e modernização das escolas, buscando garantir que os estudantes tenham acesso a uma formação completa, que vai além do conteúdo programático tradicional.
Um dos grandes exemplos dessa mudança é o Centro Estadual de Educação, Inovação e Formação (CEEINFOR) Mãe Stella, no bairro do Cabula, em Salvador, na Bahia. A escola, que atende 1,8 mil alunos, parece mais um complexo de lazer e aprendizado: tem piscina, quadra poliesportiva, vários laboratórios, salas com ar-condicionado, teatro e uma biblioteca de primeira. É uma estrutura pensada para que o jovem possa se desenvolver em diversas áreas.
“Vemos benefícios desse método no dia a dia, pois o tempo de permanência na instituição escolar é maior, permitindo atender às dúvidas e oferecendo auxílio constante nas matérias essenciais para uma formação escolar de qualidade”, conta Eduardo Felipe Dias Santos, de 18 anos, aluno do 3º ano do CEEINFOR Mãe Stella, que sente na prática os resultados do ensino integral.
A Secretaria da Educação do Estado (SEC) explica que o objetivo das escolas de tempo integral é justamente dar essa formação integrada. Helaine Souza, superintendente de Políticas para a Educação Básica da SEC, detalha que o foco é “articular aprendizagem, práticas culturais, esportivas e espaços de convivência adequados à jornada ampliada”.
Investimento robusto e novas unidades
Nos últimos dois anos, a Bahia entregou 98 novas unidades escolares. Além disso, outras 115 escolas passaram por grandes reformas e modernizações. Esse esforço não para: só em 2025, o governo planeja investir mais de R$ 100 milhões em atividades pedagógicas e formativas. A alimentação escolar também recebe atenção especial, com um aporte de mais de R$ 130 milhões, e programas como o Bolsa Presença e o Mais Estudo somarão R$ 68,5 milhões para incentivar a frequência e o protagonismo estudantil.
A estrutura dessas novas e reformadas escolas é um capítulo à parte. O projeto arquitetônico prioriza ambientes modernos, acessíveis e que possam ser usados de várias maneiras. Ao todo, a rede estadual conta com 650 unidades escolares, sendo 644 sedes e seis anexos. A diversidade também é uma marca: são três unidades de Educação Escolar Indígena, 57 de Educação do Campo, cinco de Educação Escolar Quilombola e 227 escolas focadas na Educação Profissional e Tecnológica.
Os alunos têm à disposição salas de aula amplas e climatizadas, bibliotecas bem equipadas, laboratórios completos (de Química, Biologia, Física, Matemática e Informática), além de salas dedicadas a atividades artísticas e para recompor a aprendizagem. Os espaços de convivência incluem auditórios, teatros e restaurantes estudantis, essenciais para a jornada ampliada.
Para quem gosta de esporte, a infraestrutura é de dar inveja: quadras poliesportivas cobertas, campos society e, em algumas unidades, até piscinas semiolímpicas e pistas de atletismo. Tudo isso faz parte do programa Educa Mais Bahia, que garante uma variedade de práticas físicas e oficinas pedagógicas.
Tecnologia e inovação na sala de aula
O CEEINFOR Mãe Stella foi um dos contemplados com um laboratório maker em 2025, um espaço super moderno com impressoras 3D, tablets, notebooks, computadores e kits de robótica. A ideia é estimular o interesse dos jovens pela ciência e tecnologia desde cedo.
Caetano do Sacramento, diretor da escola, celebra a novidade: “Agora eles podem contar com um espaço de desenvolvimento de tecnologia e estudos. Isso nos dá a dimensão do que é uma boa preparação antes de adentrar na vida acadêmica”.
Essa iniciativa faz parte do programa ‘Mais Ciência na Escola’, uma parceria entre a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) e a SEC com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). O programa não é só sobre equipamentos; ele também oferece bolsas para estudantes e professores, formações pedagógicas, feiras e olimpíadas científicas. A meta é instalar mais 180 laboratórios maker em outras escolas estaduais.
Mais tempo para aprender e interagir
O ensino integral significa mais tempo na escola. A rede estadual da Bahia oferece currículos de sete, oito ou até nove horas diárias, o que se traduz em 35, 40 ou 45 horas semanais, totalizando de 1400 a 1800 horas anuais de aprendizado. Esse tempo extra é usado para muito mais que matérias tradicionais.
“Com o aumento da carga horária diária podemos também desenvolver atividades lúdicas, esportes, pintura, teatro, costura, culinária, coisas que os alunos escolhem aprender. Neste momento, trabalhamos a interação entre as diversas séries”, explica Caetano do Sacramento.
Helaine Souza completa que “a implementação de atividades diversificadas como esportes, artes e projetos sociais, que visam não apenas o desenvolvimento acadêmico, mas também habilidades socioemocionais é fundamental para a consolidação da oferta”.
Essa expansão também chegou ao interior. O Colégio Estadual de Tempo Integral de Ipiaú, na Bahia, por exemplo, foi entregue no início de dezembro após um investimento de R$ 7,5 milhões. Já em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia, o Colégio Estadual Mimoso do Oeste foi a 98ª nova unidade inaugurada na atual gestão, com um investimento de mais de R$ 35 milhões.
Com essa rede de ensino integral em crescimento, a Bahia reforça seu compromisso de oferecer uma educação de qualidade, preparando os jovens não apenas para o vestibular, mas para a vida em sociedade, com mais conhecimento, novas habilidades e muitas oportunidades.

