A Bahia foi palco, em 13 de dezembro, de um momento importante para a cena política nacional: o lançamento do Comitê Brasil Soberano (CBS). O evento aconteceu no Clube 2004, no bairro Jardim Armação, em Salvador, e marcou a criação do primeiro comitê no país com a missão clara de unir pautas em defesa da soberania nacional e da democracia. O encontro reuniu diversas lideranças políticas, sindicais e movimentos sociais que representam tanto o campo quanto as cidades.
O que é o Comitê Brasil Soberano e por que ele é importante?
A ideia para o Comitê Brasil Soberano surgiu do Sindicato dos Petroleiros e Petroleiras do estado da Bahia (Sindipetro-BA), com o apoio do Núcleo Petroleiro e da Plataforma Operária e Camponesa pela Água e Energia (POCAE). O principal objetivo do CBS é juntar forças para combater a influência estrangeira e a exploração dos nossos recursos por interesses de outros países.
Deyvid Bacelar, coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e membro de conselhos do governo federal, esteve presente e fez um alerta. Ele descreveu o cenário geopolítico atual como preocupante e destacou que o comitê será um espaço essencial de resistência. Para Bacelar, a iniciativa vai enfrentar grupos de extrema direita que, em sua visão, tentam entregar nossas riquezas minerais, hídricas e petrolíferas para os Estados Unidos.
"O comitê já nasceu forte e vai servir como referência para outros estados."
Paulo César Martin, que coordena o CBS na Bahia, explicou que o grupo já tem uma série de atividades planejadas para os próximos meses. Martin enfatizou que as democracias na América Latina têm sofrido ataques constantes, o que faz da defesa da soberania uma prioridade máxima para todos os envolvidos.
Impacto nas políticas públicas e nas eleições de 2026
O deputado estadual Radiovaldo Costa (PT) também participou da fundação e deixou claro que a soberania defendida pelo comitê vai muito além da economia. Segundo ele, ela abrange os direitos fundamentais que a nossa Constituição garante. O parlamentar destacou que o comitê vai lutar para manter o patrimônio público, garantir serviços essenciais de qualidade, emprego digno, saúde e educação para todos.
Costa fez questão de ressaltar que a mobilização do Comitê Brasil Soberano terá um papel crucial no processo eleitoral de 2026, com o potencial de influenciar os rumos políticos do Brasil até o final da década. José Sérgio Gabrielli, ex-presidente da Petrobras, concordou com a importância estratégica do movimento. Para Gabrielli, a união entre os sindicatos e as bases populares é o que vai garantir a mobilização contínua para proteger as instituições democráticas brasileiras.
Um contratempo com desinformação
O lançamento do Comitê Brasil Soberano, que juntou mais de 1.200 lideranças, teve sua programação cultural interrompida por causa de uma notícia falsa. Durante o evento, os organizadores receberam a informação de um suposto acidente de ônibus no interior do estado, envolvendo camponeses e com duas mortes. Em um gesto de respeito, a parte cultural foi cancelada, e o evento seguiu apenas com o ato formal.
No entanto, depois de checar com os órgãos de segurança e trânsito da Bahia, a notícia foi desmentida: não houve nenhum registro de acidente grave nas rodovias estaduais naquele dia. Deyvid Bacelar lamentou a tentativa de desorganizar o grupo com desinformação, mas afirmou que, mesmo diante disso, o comitê "já nasceu forte" e servirá como um exemplo para outros estados do Brasil.

