Imagine uma pesquisa que acompanhou a vida de pessoas por quase um século para descobrir o verdadeiro segredo da felicidade e de uma vida longa e saudável. O famoso Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard, uma das pesquisas mais longas da história humana, revelou algo surpreendente: a qualidade das nossas relações sociais é o fator mais importante para o bem-estar e a saúde.
Atualizados até 2025, os dados do estudo, que começou em 1938, mostraram que estar satisfeito com as amizades e os laços aos 50 anos é um indicador de uma saúde melhor aos 80 anos, mais até do que o nível de colesterol. Em outras palavras, ter amigos verdadeiros não é só bom para a alma, mas para o corpo também! Pessoas com amizades sólidas não só vivem mais, como também têm uma perda de memória mais devagar na velhice. As conexões sociais fortes ainda dão um reforço no sistema de defesa do corpo e diminuem o risco de problemas como diabetes e artrite.
Amizades são como músculos: precisam de "exercício"
Em 2025, o diretor do estudo, Robert Waldinger, apresentou um conceito muito interessante: o "Social Fitness". A ideia é que, assim como precisamos exercitar o corpo, precisamos também "exercitar" nossas amizades. O que importa não é quantos amigos você tem nas redes sociais, mas sim a profundidade e a segurança que você sente nessas relações. Viver em briga constante faz mais mal para a saúde do que estar sozinho, mas a solidão por muito tempo pode ser tão prejudicial quanto fumar ou ter obesidade.
Construir amizades verdadeiras não acontece por acaso. Exige tempo e atenção. Um simples "oi, como você está?" pode reforçar um laço e trazer um benefício imediato para o seu humor. Pesquisadores de Harvard, como Arthur C. Brooks, até destacam as "amizades inúteis" como as mais valiosas. Elas não servem para conseguir um favor ou algo do trabalho, existem apenas pelo prazer da companhia e do carinho mútuo. O estudo mostrou que saber que existe alguém em quem você pode confiar de verdade nos momentos difíceis ajuda nosso sistema nervoso a se acalmar mais rápido depois de uma situação estressante.
Bahia: Um laboratório natural de felicidade e conexão
E a Bahia, onde entra nessa história de amizades e bem-estar? Curiosamente, a cultura baiana parece ser um exemplo vivo do que o estudo de Harvard aponta. A religiosidade na Bahia, com seu lindo sincretismo entre o catolicismo e as religiões de matriz africana, funciona como um gerador de amizades sólidas e um pilar essencial para a saúde mental e o equilíbrio social. Estudos de sociologia e psicologia de 2025 reforçam que essa vivência espiritual oferece benefícios práticos e emocionais muito valiosos.
As comunidades religiosas baianas, como os terreiros e as irmandades, oferecem uma rede de apoio que não tem preço. Nesses grupos, a pessoa se sente parte de uma "família espiritual", o que ajuda a afastar a solidão e a tristeza. Em momentos de dificuldade, essas redes funcionam como verdadeiros sistemas de ajuda mútua e suporte psicológico para a comunidade.
"A fé atua como um mecanismo de enfrentamento diante das adversidades, ajudando a ressignificar traumas e dificuldades, e proporcionando uma perspectiva de esperança e continuidade", destaca o texto base.
Rituais como as famosas lavagens (a Lavagem do Bonfim é um ótimo exemplo) e as celebrações de Orixás funcionam como uma espécie de "limpeza emocional", reduzindo o estresse e promovendo um relaxamento profundo. Muitas práticas religiosas na Bahia acontecem em lugares lindos e naturais, como praias, cachoeiras e matas. Essa conexão sagrada com a natureza não só incentiva a preservação do meio ambiente, mas também traz os benefícios já comprovados do contato com a natureza para diminuir a ansiedade.
Essa mistura entre o sagrado e o dia a dia cria um otimismo cultural que se reflete diretamente na percepção de felicidade. Não é à toa que pesquisas indicam que pessoas com uma vida religiosa ativa geralmente têm hábitos mais saudáveis e um senso de propósito maior.
Parceria para entender a felicidade baiana
A Associação Cultural Brasil Estados Unidos (ACBEU), que é muito mais que uma escola de inglês e atua como centro de educação e cultura desde 1942, está trabalhando em conjunto com o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB) e o WWI. Juntos, eles vêm articulando parcerias com universidades americanas, incluindo Harvard, para realizar estudos e ações na Bahia.
Pesquisadores estrangeiros estão super interessados em entender como a cultura de Salvador, na Bahia, através da sua rica história, oferece tantos benefícios para o bem-estar. A forte conexão social, as festividades populares e a integração com a natureza são fatores que, segundo um relatório da ONU de 2025, posicionam Salvador como uma das cidades mais felizes do Brasil. É a ciência de Harvard encontrando a sabedoria das ruas e tradições baianas!

