Polícia

Ex-jogador do Vitória é preso por tráfico de drogas e tem julgamento marcado

Mateus Gonçalves, ex-atacante do Vitória conhecido como "Pastor", está preso no Mato Grosso do Sul por tráfico de drogas e associação criminosa, com julgamento marcado para 2026; a família enfrenta sérias dificuldades financeiras.
Por Redação
Ex-jogador do Vitória é preso por tráfico de drogas e tem julgamento marcado

-

Compartilhe:

O ex-atacante do Vitória, Mateus Gonçalves, conhecido por torcedores como “Pastor”, aguarda o julgamento por tráfico de drogas e associação criminosa. Ele está detido desde junho deste ano na Penitenciária Estadual de Dourados, no Mato Grosso do Sul, e seu julgamento foi agendado para 12 de fevereiro de 2026.

A prisão do atleta, que teve passagens por grandes clubes brasileiros, gerou repercussão e deixou sua família em uma situação financeira delicada, como relatado pela irmã em um desabafo nas redes sociais.

A prisão: operação em Juti e mais de 180 kg de maconha

A prisão de Mateus Gonçalves aconteceu no dia 10 de junho, durante uma operação de rotina da Polícia Militar Rodoviária na rodovia MS-156, no município de Juti, que fica perto da divisa entre Brasil e Paraguai. Policiais notaram dois carros em alta velocidade. Ao darem ordem de parada, os motoristas ignoraram e tentaram fugir.

Segundo a corporação, Mateus conduzia um HB20, acompanhado de Luiz Henrique Pereira. A dupla agiria como “batedora”, ou seja, um tipo de olheiro que vai na frente avisando sobre possíveis obstáculos ou fiscalizações. No outro veículo, um casal, Joice Costa e Moisés Moraes Martins, transportava 187,2 quilos de maconha.

Luiz Henrique, passageiro do carro de Mateus, contou aos policiais que receberia R$ 2 mil pelo trabalho. Já Joice e Moisés admitiram o crime, alegando que transportavam a droga para quitar uma dívida de Joice com traficantes. Eles disseram ter pego o carro com a droga em uma cidade na fronteira com o Paraguai. A polícia apreendeu rádios comunicadores, R$ 1,8 mil em dinheiro, celulares e os veículos. A prisão em flagrante foi convertida em preventiva, e todos continuam detidos.

Quem é Mateus Gonçalves, o “Pastor”?

Mateus Gonçalves Martins iniciou sua carreira nas categorias de base do Cruzeiro, e também passou por Guarani e Palmeiras. Estreou como profissional em 2012 e jogou em países como México e Paraguai.

No Brasil, ele defendeu clubes como Sport, Fluminense e Ceará, antes de chegar ao Vitória em 2023. Foi no clube baiano que ele teve um de seus momentos de maior destaque e ganhou o apelido de “Pastor”. Em 40 jogos pelo Vitória, Mateus marcou três gols e deu cinco assistências, sendo peça fundamental nas campanhas que levaram aos títulos da Série B do Campeonato Brasileiro em 2023 e do Campeonato Baiano em 2024.

Um de seus feitos marcantes foi marcar dois gols na partida de ida da final contra o Bahia, garantindo uma boa vantagem para a decisão do clássico Ba-Vi. O apelido “Pastor” surgiu pela sua postura religiosa, com publicações de mensagens bíblicas e reflexões de fé nas redes sociais.

No entanto, em 2024, Mateus perdeu espaço no Vitória com a chegada do técnico Thiago Carpini e foi transferido para o Goiás. Lá, foi afastado por indisciplina e teve seu contrato rescindido logo em seguida.

Controvérsia anterior: o caso de doping

Antes da prisão por tráfico, Mateus Gonçalves já havia enfrentado uma polêmica em sua carreira. Em 2021, enquanto jogava pelo Cerro Porteño, do Paraguai, ele foi pego em um teste antidoping. Na época, o jogador alegou ter sido vítima de contaminação em um suplemento alimentar. Sem provas que confirmassem sua versão, ele cumpriu uma suspensão de 11 meses.

Família do ex-jogador enfrenta dificuldades após a prisão

Dias após a prisão de Mateus, a família do ex-jogador veio a público para falar sobre a situação difícil que estão vivendo. Letícia Martins, irmã de Mateus, postou um vídeo no TikTok desabafando sobre o desespero financeiro da família.

“A família foi do luxo à lama. Meu irmão pagava o aluguel de minha mãe. E agora, como vai pagar? Ele tirou ela do serviço e pagava um salário para ela. Minha irmã foi despejada. O dinheiro foi bloqueado e não temos um real, fizemos até vaquinha para contratar o advogado. Eu tinha até saído do estágio para trabalhar com meu irmão”, contou Letícia no vídeo.

Ela confirmou que o jogador era o principal provedor da família, garantindo uma vida confortável e pagando, inclusive, sua faculdade de direito. Letícia pediu que o vídeo fosse compartilhado para ajudar a arrecadar fundos para as despesas e para a contratação de um advogado.