Polícia

Jovem morre após ser atropelada e arrastada por ex em São Paulo

Tainara Souza Santos, de 31 anos, morreu após 25 dias internada por ter sido atropelada e arrastada pelo ex-companheiro na Marginal Tietê, em São Paulo.
Por Redação
Jovem morre após ser atropelada e arrastada por ex em São Paulo

Tainara lutava pela vida há 25 dias -

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A família de Tainara Souza Santos, de 31 anos, confirmou com profunda tristeza a morte da jovem na noite da última quarta-feira, 24 de dezembro. Tainara lutava pela vida há 25 dias no Hospital das Clínicas (HC), em São Paulo, desde que foi brutalmente atropelada e arrastada por um carro, na Marginal Tietê. O caso chocou a cidade e reacende o debate sobre a violência de gênero.

Desde o dia 29 de novembro, quando o ataque aconteceu, Tainara passou por um calvário. Ela teve as duas pernas amputadas devido à gravidade dos ferimentos e precisou de diversas cirurgias complexas, incluindo procedimentos de reparação e para reconstruir os glúteos. Chegou a apresentar uma leve melhora e saiu do coma induzido, trazendo uma ponta de esperança, mas seu quadro clínico piorou drasticamente depois de uma nova cirurgia realizada na última segunda-feira, 22.

Tainara Souza Santos deixa dois filhos: um menino de 12 anos e uma menina de 7 anos, que agora crescerão sem a mãe. A família, neste momento de luto e dor, ainda não divulgou informações sobre o velório e o sepultamento.

“É com profunda tristeza que informamos que Tainara não resistiu aos ferimentos causados pela brutalidade praticada contra ela no dia 29 de novembro e faleceu hoje (24/12) por volta das 19h. Pedimos que respeitem esse momento delicado da família. Em breve, divulgaremos mais informações. Que Deus conforte o coração de todos”, diz a nota divulgada pelo escritório de advocacia Wilson Zaska, que acompanha o caso.

O crime: discussão, ciúmes e atropelamento

O ataque que tirou a vida de Tainara aconteceu por volta das 6h da manhã de 29 de novembro. Naquele dia, a jovem havia saído de um bar no Parque Novo Mundo, na Zona Norte de São Paulo, acompanhada de amigos, quando foi surpreendida por Douglas Alves da Silva, de 26 anos.

Douglas, com quem Tainara já havia tido um envolvimento casual, começou uma discussão por ciúmes ainda dentro do estabelecimento. A situação piorou quando saíram. Segundo testemunhas, Douglas usou um Volkswagen Golf preto para avançar contra Tainara. Ela ficou presa debaixo do veículo e foi arrastada por vários metros, até a altura da Marginal Tietê, uma das principais vias da cidade.

Câmeras de segurança registraram o momento chocante em que o motorista fugiu em alta velocidade, sem se importar com os apelos das pessoas que tentavam impedir a tragédia e socorrer a vítima.

A prisão do agressor e a mudança na acusação

Douglas Alves da Silva foi detido no dia seguinte ao crime, 30 de novembro. No momento da prisão, ele tentou reagir e até tentou pegar a arma de um policial, sendo baleado na ação. Em seu depoimento, Douglas alegou que sua intenção era atingir um acompanhante de Tainara que, segundo ele, o teria ameaçado. No entanto, as investigações da polícia apontam para a natureza passional do crime, ou seja, um ato motivado por ciúmes e raiva.

Com a confirmação da morte de Tainara, a situação de Douglas se agrava. Ele respondia inicialmente por tentativa de feminicídio, mas agora o indiciamento será atualizado para feminicídio consumado, um crime hediondo com pena mais severa, que reflete a gravidade do ato e o triste desfecho para a família da jovem.