A Justiça Eleitoral abriu um processo que pode mudar completamente a política em Umburanas, na Bahia. O prefeito Fabrício Lopes Ribeiro de Almeida (PRD) e seu vice, Jaelson da Silva Bispo Gonçalves (PSDB), estão sendo investigados por supostas irregularidades que teriam acontecido antes e durante a campanha eleitoral de 2024.
No dia 12 de abril, uma audiência de instrução importante aconteceu na 167ª Zona Eleitoral de Jacobina, sob a condução do juiz eleitoral Dr. Jesaías da Silva Puridade. A sessão durou quase nove horas, mostrando a complexidade e a seriedade do caso.
As denúncias são graves e incluem acusações de uso da máquina pública para fins políticos, abuso de poder político e econômico, compra de votos e apoios de forma ilegal, além de outras práticas proibidas para quem ocupa cargos públicos. A suspeita é que essas ações tenham tido um peso decisivo no resultado das eleições. Testemunhas apresentaram relatos sobre contratos de valores altos feitos em ano eleitoral, a utilização de bens e funcionários públicos em atividades de campanha, eventos oficiais que teriam virado comícios, e até mesmo perseguições e retaliações políticas contra servidores públicos.
Na eleição do ano passado, Fabrício Lopes e Jaelson Gonçalves venceram por uma margem muito pequena, de apenas 58 votos, contra o segundo colocado, Lanes, que teve 4.978 votos. Essa diferença apertada é vista como um detalhe importante no processo, sugerindo que qualquer vantagem indevida poderia ter, de fato, alterado o resultado final.
Se as acusações forem confirmadas e a Justiça Eleitoral considerar a ação procedente, as consequências podem ser severas. O prefeito e o vice-prefeito podem ter seus mandatos cassados, ser declarados inelegíveis por oito anos e ainda receber multas eleitorais altas. Além disso, dependendo da decisão do Tribunal, novas eleições poderiam ser convocadas em Umburanas, o que reconfiguraria todo o cenário político da cidade.
Vale lembrar que Fabrício Lopes entrou na disputa de última hora. Ele substituiu George Lopes (PRD), conhecido como Dr. George, que teve sua candidatura barrada pela Justiça. A denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE) indicava que Dr. George teria forjado um divórcio com sua esposa, que é filha do ex-prefeito Roberto Bruno (União Brasil), numa tentativa de driblar a legislação eleitoral e conseguir se candidatar. Documentos apresentados ao MPE mostraram que o casal não estava de fato divorciado, inclusive com imagens que indicavam que eles moravam em casas vizinhas e com uma porta que ligava os dois imóveis.
Um futuro incerto para Umburanas
O processo em andamento traz grande expectativa para os moradores de Umburanas, que aguardam os próximos capítulos dessa investigação. O desfecho pode não apenas mudar quem governa a cidade, mas também reforçar a importância da lisura e da ética no processo eleitoral.

