No último domingo, 9, durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), realizada em Santa Marta, na Colômbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou o uso de ações militares na América Latina e no Caribe, enviando uma clara indireta ao ex-presidente norte-americano Donald Trump.
Em seu discurso, Lula condenou as "intervenções ilegais" que utilizam a força militar como justificativa, ressaltando que a região deve ser um espaço de paz. "A ameaça de uso da força militar voltou a fazer parte da América Latina e do Caribe. Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Somos uma região de paz e queremos permanecer em paz. Democracias não combatem o crime violando o direito internacional", afirmou.
A declaração foi interpretada como um recado à política externa dos Estados Unidos, especialmente relacionada a ações no Mar do Caribe e no Pacífico, alegadamente voltadas ao combate ao tráfico de drogas. Esse mesmo argumento tem sido utilizado para pressionar o governo de Nicolás Maduro na Venezuela.
Além da crítica ao uso da força militar, Lula lamentou a falta de integração entre os países da região e a ausência de líderes na cúpula, mencionando que a América Latina ficou "balcanizada e dividida". Ele destacou que a intolerância tem dificultado o diálogo entre diferentes perspectivas e que interesses pessoais muitas vezes minam a democracia.

