A Polícia Federal (PF) está em uma grande investigação sobre um esquema de desvio de milhões de reais que deveriam ter chegado a hospitais municipais. Os alvos da apuração são unidades de saúde nas cidades de Jaguari, no Rio Grande do Sul, e Embu das Artes, na Grande São Paulo. A polícia acredita que houve não só o desvio do dinheiro, mas também fraudes em contratos de licitação que eram para gerir esses hospitais.
As verbas envolvidas são federais e estaduais, e, nos últimos anos, um volume muito grande desses recursos foi repassado para esses hospitais. A PF revelou que um grupo de empresários, com sede em Porto Alegre, assumiu a administração dessas unidades de saúde. Entre 2022 e agosto de 2025, esses hospitais receberam mais de R$ 340 milhões em dinheiro público, agora sob suspeita.
Operação mira bens e contas bancárias
Para aprofundar a investigação e rastrear o caminho do dinheiro, a Polícia Federal lançou uma operação em novembro. Na mesma época, a Justiça autorizou o bloqueio de R$ 22,5 milhões que estavam em contas bancárias. Além do dinheiro, a Justiça também permitiu a apreensão de imóveis e outros bens que pertenciam aos investigados.
Os investigadores suspeitam que o grupo utilizava empresas de fachada, que são empresas de mentira, para emitir notas fiscais falsas. O objetivo era simples: esconder para onde o dinheiro público realmente estava indo. Segundo a corporação, a quantia desviada teria circulado por dezenas de contas bancárias, tanto de pessoas físicas quanto de outras empresas que não tinham nenhuma relação com os serviços que deveriam ser prestados. E o que é ainda mais grave: alguns desvios aconteceram diretamente nas contas-convênio, que são as contas oficiais dos próprios hospitais.
Dinheiro público bancava luxo
A Polícia Federal afirma que parte do dinheiro que deveria ser para a saúde das cidades acabou sendo usada para gastos pessoais dos envolvidos no esquema. Entre as despesas bancadas com o dinheiro público estavam aluguéis de imóveis de luxo, viagens caras e a compra de vários bens particulares, mostrando um padrão de vida elevado financiado por verbas que deveriam cuidar de quem precisa.

