A empresa Planet Internet negou, nesta quarta-feira (17), ter recebido qualquer tipo de ameaça, contato ou pedido de pagamento de “pedágio” de facções criminosas. A declaração da provedora de internet surge após o assassinato brutal de três de seus funcionários, que foram torturados e mortos na noite da última terça-feira (16), no bairro Alto do Cabrito, em Salvador, na Bahia.
As vítimas trabalhavam na instalação de serviços de internet quando foram atacadas. O caso chocou a comunidade local e levanta questões sobre a segurança de trabalhadores em áreas dominadas por grupos criminosos. A empresa informou que está consternada com o ocorrido e prestando todo o apoio necessário às famílias dos funcionários.
Empresa refuta ligação com facções
“A Planet Internet encontra-se consternada com o ocorrido e vem prestando todo o apoio necessário às famílias dos funcionários. Destaca, ainda, que em momento algum a empresa foi contactada, por quem quer que seja, muito menos recebeu qualquer pedido de resgate ou de pagamento para acesso de suas equipes à localidade”, afirmou a Planet Internet em comunicado oficial.
Além da nota, a empresa também usou suas redes sociais, como o Instagram, para expressar suas condolências e solidariedade. A Planet Internet reforçou que está colaborando ativamente com as investigações conduzidas pelas autoridades policiais para esclarecer o crime e identificar os responsáveis.
Linha de investigação aponta para “pedágio” do Comando Vermelho
Contrariando a versão da empresa, informações apuradas pelo Portal A TARDE e confirmadas por uma fonte policial indicam que a principal linha de investigação é que as mortes estejam ligadas ao não pagamento de taxas impostas por uma facção criminosa. De acordo com a fonte, o grupo criminoso responsável seria o Comando Vermelho (CV), que atua na região do Subúrbio Ferroviário.
Apesar disso, a informação sobre o envolvimento do Comando Vermelho e a motivação do “pedágio” ainda não foi confirmada oficialmente pela polícia. O crime teria sido uma represália pela falta de cumprimento dessas exigências.
Como funcionava o suposto esquema de cobranças
Um representante de outra empresa do setor de telecomunicações, que preferiu não se identificar por segurança, detalhou como o esquema de cobrança do Comando Vermelho funcionaria em Salvador e na Região Metropolitana. Segundo ele, a facção teria implementado um modelo semelhante ao que já existe no Rio de Janeiro.
- Taxa Mensal por Cliente: O CV estaria cobrando R$ 15 por cada cliente atendido mensalmente pelas empresas.
- Participação nos Lucros: Além da taxa por cliente, o grupo também passou a exigir 40% do lucro anual das provedoras de internet que operam nas áreas sob seu domínio.
Essas cobranças, conforme a fonte, seriam uma forma de controle territorial e financeiro exercido pela facção sobre os serviços essenciais, como a internet. A investigação continua para determinar se a Planet Internet realmente estava sendo alvo dessas exigências e qual a relação direta com o brutal assassinato de seus três funcionários.

