A Polícia Civil de São Paulo está de olho em possíveis irregularidades nas vendas de jogadores do São Paulo Futebol Clube. Há meses, uma investigação corre em segredo de Justiça para apurar se dinheiro de transferências de atletas foi desviado, beneficiando indevidamente alguns dirigentes e empresários ligados ao clube.
As suspeitas, que foram apuradas pelo UOL, apontam para um esquema que envolveria uma lista de pessoas influentes do tricolor e agentes do futebol. Para entender melhor o que aconteceu, a Justiça já deu autorização para quebrar os sigilos bancários de alguns dos investigados. Entre os nomes que estão sob a lupa, aparece um empresário considerado muito influente no mundo da bola.
O que a Polícia e o São Paulo dizem?
Procurada pela nossa reportagem, a Polícia Civil confirmou que a investigação existe, mas fez questão de manter o sigilo, como manda a Justiça. Em nota, a corporação disse:
“As investigações estão em andamento pelo DPPC, em segredo de Justiça, motivo pelo qual detalhes serão preservados para garantir autonomia ao trabalho policial.”
Já o São Paulo Futebol Clube se manifestou de outra forma. A diretoria do clube disse que não sabe de nenhuma investigação correndo. Em um comunicado oficial, o São Paulo afirmou:
“O São Paulo Futebol Clube informa que não tem conhecimento de qualquer investigação da Polícia Civil em andamento. O Clube se coloca à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários às autoridades, caso seja formalmente citado São Paulo.”
Origem da investigação e valores questionados
Essa investigação que mira o São Paulo não começou do nada. Ela nasceu a partir de procedimentos que foram abertos no famoso caso Vai de Bet, que envolve o Corinthians. O mesmo delegado, Tiago Correia, que cuida do caso do time alvinegro, agora também está à frente da apuração sobre o tricolor.
Os primeiros indícios mostram que a movimentação de dinheiro sob análise não para só nas contas dos suspeitos diretos. Contas de pessoas próximas a eles também estão sendo checadas. Até o momento, não há qualquer sinal de envolvimento de grupos de crime organizado na história.
Nesta temporada, o São Paulo conseguiu vender jogadores e arrecadou mais de R$ 230 milhões. No entanto, algumas dessas negociações, principalmente as que envolviam atletas que vieram da base do clube, começaram a ser questionadas internamente. O motivo? Os valores das vendas foram considerados baixos, se comparados ao potencial que esses jovens atletas tinham.
O caso segue em segredo de Justiça, e a expectativa é que mais detalhes apareçam conforme as autoridades avancem na investigação.

