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Salvador: Polícia desativa câmeras e internet de facções após mortes

Operação em Marechal Rondon, Salvador, desativa câmeras e internet clandestinas de facções. Ação ocorre após o assassinato de três trabalhadores, possivelmente por não pagar 'taxas'.
Por Redação
Salvador: Polícia desativa câmeras e internet de facções após mortes

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A polícia da Bahia tirou do ar, na manhã desta sexta-feira (19), câmeras de segurança e ligações clandestinas de internet que eram usadas por facções criminosas no bairro Marechal Rondon, em Salvador, na Bahia. A ação acontece apenas três dias depois do assassinato brutal de três trabalhadores na mesma região, um crime que chocou a capital baiana.

Equipes de inteligência da Secretaria da Segurança Pública (SSP) monitoraram a área, enquanto policiais em campo agiram para remover os equipamentos. Durante as buscas, diversas caixas de distribuição de internet e câmeras ilegais foram desativadas.

Segundo a SSP-BA, esses aparelhos de videomonitoramento e internet são instalados de forma ilegal por criminosos para vigiar a movimentação da polícia. Nenhum desses equipamentos tem registro junto à Anatel ou a provedores autorizados.

Reforço policial para retomar a segurança

Para garantir a segurança da população e combater o crime organizado, o policiamento foi reforçado não só em Marechal Rondon, mas também nas vizinhanças, como Inferninho, Lígia Maria e Osório. A Polícia Militar da Bahia iniciou a Operação Dominus Areae, que vai atuar na região por tempo indeterminado.

O objetivo dessa força-tarefa é claro: aumentar a presença policial, evitar novos crimes e devolver a sensação de segurança para os moradores.

Para isso, o policiamento conta com patrulhamento tático feito pela Rondesp BTS, pelo Batalhão de Patrulhamento Tático Móvel (BPTAMO) e por guarnições da Operação Intensificação, tudo coordenado pelo Comando de Policiamento da Capital (COPPM). As equipes trabalham juntas, com viaturas em pontos estratégicos e de forma contínua, dia e noite. Além disso, efetivos do CPAP, da 9ª CIPM/Pirajá e o motopatrulhamento do Comando de Policiamento Regional (CPRC BTS) também estão na rua, ampliando a segurança em toda a área.

Triplo assassinato motivou a operação

A ação policial e o reforço na segurança chegam como resposta ao triplo assassinato que abalou a região. Na última terça-feira (16), três trabalhadores — Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, de 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 — foram torturados e mortos.

Eles teriam sido sequestrados do local onde trabalhavam em Marechal Rondon, e seus corpos foram largados no Alto do Cabrito, um bairro vizinho. Os corpos foram encontrados na rua, com marcas de tiros na cabeça e as mãos amarradas. As vítimas usavam uniformes azuis de uma empresa de internet chamada 'Planet Internet'.

A principal linha de investigação aponta que o crime pode estar ligado à recusa em pagar 'taxas' impostas por uma facção criminosa que domina a área. Essa prática, infelizmente comum em regiões controladas por grupos organizados, mostra a violência e o controle que essas facções tentam impor sobre os moradores e trabalhadores.