O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, teve sua prisão imediata decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na tarde desta sexta-feira, 26 de julho. A decisão veio após Vasques ser flagrado com um passaporte falso, enquanto tentava fugir do Paraguai em direção a El Salvador.
A situação de Vasques era irregular já há algum tempo. Segundo a Polícia Federal (PF), o ex-diretor rompeu sua tornozeleira eletrônica em Santa Catarina e deixou o Brasil sem qualquer tipo de autorização judicial. Sua rota de fuga, que começou no Brasil, o levou ao Paraguai, onde foi interceptado. O objetivo final era chegar aos Estados Unidos, com uma passagem já marcada para Orlando, na Flórida, após uma escala em El Salvador.
Moraes endurece medidas após tentativa de fuga
Para o ministro Alexandre de Moraes, a tentativa de fuga de Silvinei Vasques representa uma "violação das medidas cautelares impostas sem qualquer justificativa". Essa ruptura das regras mostra um claro desafio à Justiça, especialmente considerando o histórico do ex-PRF.
Vasques é uma figura central em investigações importantes no país. Ele foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão por participar da trama golpista que teve seu ponto mais crítico no dia 8 de janeiro de 2023, um evento que chocou o país e desafiou a democracia brasileira. Naquele dia, prédios dos Três Poderes em Brasília foram invadidos e vandalizados, num claro objetivo de desestabilizar a ordem constitucional.
Além de sua condenação por tentativa de golpe de Estado, Silvinei Vasques também é conhecido por sua atuação controversa nas eleições presidenciais de 2022. Naquela época, ele foi apontado como responsável por uma série de bloqueios nas estradas que impediram ou dificultaram o acesso de muitos eleitores às suas zonas de votação, especialmente no segundo turno, quando o então candidato Lula (PT) foi eleito presidente do Brasil. Essas ações levantaram sérias questões sobre a imparcialidade das forças de segurança em um período eleitoral crítico.
Passaporte falso e o plano de fuga internacional
A estratégia de fuga de Vasques, que incluía o uso de um passaporte falso, revela a gravidade de sua situação. A investigação apontou que ele tentou usar o documento forjado justamente para evitar ser detido e, assim, continuar sua jornada em território estrangeiro, longe das autoridades brasileiras. No entanto, a Polícia Federal e as forças de segurança agiram rapidamente, impedindo que o plano se concretizasse. A prisão de Vasques é um lembrete de que a justiça, mesmo que demore, busca alcançar aqueles que tentam se esquivar de suas responsabilidades legais.