Política

Venezuela liberta 60 opositores presos após eleições de 2024

Cerca de 60 opositores venezuelanos, detidos após as eleições presidenciais de 2024, foram libertados no Natal, diz ONG. Prisões ocorreram em meio à crise política.
Por Redação
Venezuela liberta 60 opositores presos após eleições de 2024

60 opositores foram libertos -

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Pelo menos 60 pessoas que foram detidas na Venezuela depois das controversas eleições presidenciais de 2024 finalmente ganharam a liberdade neste Natal. A boa notícia veio à tona na quinta-feira, dia 25 de dezembro, e foi divulgada por uma importante ONG dedicada aos direitos humanos, junto com familiares de presos políticos que incansavelmente buscam justiça.

Essas libertações acontecem em um cenário de grande turbulência política, que já se arrasta há meses no país. Os libertados estavam presos por causa da crise profunda que explodiu depois que o presidente Nicolás Maduro se reelegeu em julho de 2024 para seu terceiro mandato consecutivo. A oposição, desde o primeiro momento, denunciou fortemente o processo eleitoral, alegando que houve fraude.

A proclamação de Maduro como vencedor gerou uma onda de protestos intensos por todo o país, manifestações que foram reprimidas e resultaram na prisão de cerca de 2.400 pessoas. O próprio presidente Maduro chegou a classificar esses manifestantes como "terroristas", uma retórica que aprofundou ainda mais a polarização. Segundo dados oficiais do governo, mais de 2.000 dessas pessoas já tinham sido liberadas antes, e agora se somam a este novo grupo de sessenta.

A luta pela liberdade e o papel da ONG

Quem trouxe a notícia das libertações foi o Comitê para a Liberdade dos Presos Políticos (Clippve), uma organização que atua em favor dos direitos de quem é detido por motivos políticos. Segundo a ONG, as solturas começaram na madrugada daquela mesma quinta-feira, 25, trazendo um alento para as famílias neste período festivo.

"Nós celebramos muito a libertação de mais de 60 venezuelanos, que nunca deveriam ter sido presos de forma arbitrária. Mesmo que eles não estejam completamente livres ainda, vamos continuar trabalhando sem parar pela liberdade total deles e de todos os outros presos políticos", disse Andreína Baduel, responsável da Clippve, em entrevista à agência de notícias AFP.

Por enquanto, as condições exatas dessas libertações em massa não estão claras, gerando questionamentos sobre os termos acordados. A agência AFP tentou conseguir mais detalhes sobre as solturas junto ao Ministério Público venezuelano, mas não recebeu nenhuma resposta oficial até o fechamento desta reportagem, mantendo o mistério sobre os próximos passos dos libertados.