A Companhia de Dança Suave, liderada pela coreógrafa Alice Ripoll, estreou ontem (5) o espetáculo “Zona Franca” na Caixa Cultural, em Salvador, onde ficará em cartaz até o domingo (9). Esta é a primeira apresentação do grupo na cidade.
Além do espetáculo, a companhia carioca promoverá uma oficina de passinho e rodas de conversa com o público. A oficina ocorrerá hoje, das 15h às 16h30, destinada a dançarinos profissionais ou estudantes de dança, com 25 vagas disponíveis e inscrições gratuitas.
“Zona Franca” foi criado durante a pandemia e aborda os desafios enfrentados pelos artistas e as escolhas que moldam suas trajetórias. Alice Ripoll explica que o conceito surgiu a partir do impacto da crise sanitária e política no setor cultural. “Nos perguntamos como aqueles artistas estavam, quais seriam as possibilidades dali em diante”, diz a diretora.
O espetáculo, que reflete sobre a realidade dos dançarinos, utiliza elementos como balões de festa para simbolizar mudanças e celebrações. Segundo Alice, os balões representam impulsos de transformação, estourados em momentos específicos da apresentação.
Desde sua fundação, a Companhia Suave tem o passinho como um dos principais elementos de pesquisa. Essa dança, originada nas comunidades cariocas nos anos 2000, combina movimentos ágeis com influências do break, frevo, samba e capoeira. Alice destaca que o passinho é a essência da companhia, embora outras técnicas também tenham sido incorporadas ao longo do tempo.
O espetáculo já foi apresentado em diversas cidades brasileiras e também em países como França, Áustria e Estados Unidos. Alice lamenta as dificuldades enfrentadas para manter a circulação dos espetáculos no Brasil, destacando a falta de patrocínio contínuo como um dos principais obstáculos. “É extremamente difícil manter um grupo de 10 pessoas no Brasil apenas com as políticas públicas nacionais”, conclui.
Os ingressos para “Zona Franca” estão disponíveis a R$ 30 e R$ 15 e podem ser adquiridos pelo Sympla. A classificação indicativa é de 16 anos.
